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MAKING OF
Canguru virtual é a mascote da Globo na Olimpíada
DA SUCURSAL DO RIO
Quando se encontrou com Miguel Falabella no "Vídeo Show", na semana passada, o personagem Zé do Pulo foi, ao
melhor estilo Caco Antibes, chamado de
Canguru Perneta. Mas, na opinião da
equipe de artistas que o criou, o mascote
da Rede Globo para a Olimpíada de
Sydney é uma espécie de versão brasileira
do personagem Forrest Gump.
A comparação dos animadores Leonardo Santos e Sérgio Yamasaki, da Central Globo de Jornalismo, é feita porque,
assim como o personagem interpretado
por Tom Hanks, o canguru criado pela
equipe costuma ser inserido em diversas
cenas da história da Olimpíada.
A idéia de criar o personagem surgiu há
um ano, quando aconteceram os primeiros debates dentro do departamento de
jornalismo da Globo sobre o que poderia
ser mostrado de especial aproveitando a
chegada da Olimpíada.
"Nós pensamos em um canguru logo
de início. Achamos muito óbvio e, em seguida, chegamos à conclusão de que essa
obviedade era ótima. Partimos para a elaboração do visual dele", afirma o diretor
do departamento de arte, Alexandre Arrabal.
Os seis meses seguintes foram dedicados à concepção do personagem. Ele tem
1,30 m, 12 anos de idade, usa um tênis
com as cores verde e amarela e mora em
um ginásio que lhe serve de estúdio. Para
completar a personalidade, entra a voz
do dublador Mário Jorge, que costuma
dublar o comediante Eddie Murphy
quando a TV exibe seus filmes.
Todos esses componentes foram criados em programas de modelagem 3D. "Já
temos os modelos prontos, com posições
de rosto, poses etc. Produzimos cerca de
um minuto de animação por semana. Parece pouco, mas um animador costuma
produzir dez segundos no mesmo período", diz Yamasaki.
O Zé do Pulo começou fazendo duas
aparições semanais no "Angel Mix", agora está diariamente no "Globo Esporte",
aos domingos no "Esporte Espetacular",
e aparece nas transmissões esportivas.
"É um ritmo alucinante. Nunca temos
mais do que três dias para produzir uma
sequência e, em geral, o prazo é de um dia
para o outro", afirma Santos.
O Zé do Pulo pode aparecer sozinho
em seu estúdio-ginásio, contracenar com
humanos reais ou ainda aparecer ao estilo "Forrest Gump".
Foi o que aconteceu, por exemplo, na
cena em preto-e-branco na qual Zé do
Pulo encontra Muhammad Ali (na época
Cassius Clay) ganhando a medalha de
ouro nos Jogos Olímpicos de Roma, em
1960.
Quando a equipe cria imagens para a
colocação posterior do personagem, entra em cena o editor de arte Rodolfo Xavier. Ele precisa planejar cada imagem
tendo em mente que Zé do Pulo será colocado ali depois por Santos e Yamasaki.
"Eu calculo onde o Zé estaria com base
nas proporções determinadas por nós. É
difícil para os apresentadores, que precisam contracenar com o ar."
O personagem vai ganhar ainda mais
espaço quando começar a Olimpíada de
Sydney. "A produção diária será maior,
mais em cima dos lances, com o predomínio das montagens "Gumpianas'",
analisa Arrabal.
(ALEXANDRE MARON)
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