São Paulo, domingo, 16 de julho de 2000


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MAKING OF

Canguru virtual é a mascote da Globo na Olimpíada

DA SUCURSAL DO RIO

Quando se encontrou com Miguel Falabella no "Vídeo Show", na semana passada, o personagem Zé do Pulo foi, ao melhor estilo Caco Antibes, chamado de Canguru Perneta. Mas, na opinião da equipe de artistas que o criou, o mascote da Rede Globo para a Olimpíada de Sydney é uma espécie de versão brasileira do personagem Forrest Gump.
A comparação dos animadores Leonardo Santos e Sérgio Yamasaki, da Central Globo de Jornalismo, é feita porque, assim como o personagem interpretado por Tom Hanks, o canguru criado pela equipe costuma ser inserido em diversas cenas da história da Olimpíada.
A idéia de criar o personagem surgiu há um ano, quando aconteceram os primeiros debates dentro do departamento de jornalismo da Globo sobre o que poderia ser mostrado de especial aproveitando a chegada da Olimpíada.
"Nós pensamos em um canguru logo de início. Achamos muito óbvio e, em seguida, chegamos à conclusão de que essa obviedade era ótima. Partimos para a elaboração do visual dele", afirma o diretor do departamento de arte, Alexandre Arrabal.
Os seis meses seguintes foram dedicados à concepção do personagem. Ele tem 1,30 m, 12 anos de idade, usa um tênis com as cores verde e amarela e mora em um ginásio que lhe serve de estúdio. Para completar a personalidade, entra a voz do dublador Mário Jorge, que costuma dublar o comediante Eddie Murphy quando a TV exibe seus filmes.
Todos esses componentes foram criados em programas de modelagem 3D. "Já temos os modelos prontos, com posições de rosto, poses etc. Produzimos cerca de um minuto de animação por semana. Parece pouco, mas um animador costuma produzir dez segundos no mesmo período", diz Yamasaki.
O Zé do Pulo começou fazendo duas aparições semanais no "Angel Mix", agora está diariamente no "Globo Esporte", aos domingos no "Esporte Espetacular", e aparece nas transmissões esportivas.
"É um ritmo alucinante. Nunca temos mais do que três dias para produzir uma sequência e, em geral, o prazo é de um dia para o outro", afirma Santos.
O Zé do Pulo pode aparecer sozinho em seu estúdio-ginásio, contracenar com humanos reais ou ainda aparecer ao estilo "Forrest Gump".
Foi o que aconteceu, por exemplo, na cena em preto-e-branco na qual Zé do Pulo encontra Muhammad Ali (na época Cassius Clay) ganhando a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960.
Quando a equipe cria imagens para a colocação posterior do personagem, entra em cena o editor de arte Rodolfo Xavier. Ele precisa planejar cada imagem tendo em mente que Zé do Pulo será colocado ali depois por Santos e Yamasaki.
"Eu calculo onde o Zé estaria com base nas proporções determinadas por nós. É difícil para os apresentadores, que precisam contracenar com o ar."
O personagem vai ganhar ainda mais espaço quando começar a Olimpíada de Sydney. "A produção diária será maior, mais em cima dos lances, com o predomínio das montagens "Gumpianas'", analisa Arrabal. (ALEXANDRE MARON)




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