São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2001

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TV MULHER

Drica Lopes quer show com "função social"

Para a apresentadora da Gazeta, "a TV não tem a obrigação de educar, mas sim de informar o público"

RODRIGO DIONISIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A MINEIRA, de Belo Horizonte, Drica Lopes, 32, não é exatamente um rosto novo para o público.
Começou sua carreira como atriz, em 1989, no filme "O Grande Mentecapto". Na TV, estreou ao lado de Jô Soares no humorístico "Viva o Gordo" (TV Globo) e foi com o agora apresentador para o SBT, na época do "Veja o Gordo".
Ainda na emissora de Silvio Santos, participou dos também humorísticos "Alô Doçura", "O Grande Pai", "Escolinha do Golias" e "A Praça É Nossa".
Drica começou a ganhar espaço como apresentadora no "Circuito Night and Day", da CNT/Gazeta, no qual também fazia reportagens. Na TV Gazeta, apresentou o "Gazeta Esportiva", por três anos, o "game show" "Mulheres Especial" e, no início de 2000, estreou no comando do programa de videoclipes "Edição Especial", que depois ganharia o nome de "Clipper".
Finalmente, em agosto deste ano, a atração passou a se chamar "Mundo Clipper", deixou os musicais de lado e ganhou um formato muito semelhante ao do "Programa Livre". Durante a atração, personalidades são convidadas a falar sobre um determinado tema e a responder perguntas da platéia, formada por adolescentes.
"É tudo bem parecido mesmo com o que o Serginho Groisman fazia, sem dúvida eu me espelhei nele, que é o pai desse tipo de atração", afirma Drica.
Para a apresentadora, a diferença é o enfoque praticamente único no bate-papo com a platéia. "Se o Frejat vai ao programa, claro que dá uma "canja" no final. Mas o fundamental é o público. Eu quero cada vez mais debate. O quebra-pau, no bom sentido, é fundamental."
Drica afirma que, no "Mundo Clipper", não há nenhuma orientação à platéia além de uma apresentação do tema e dos entrevistados. "Não passamos perguntas para a galera", diz.
A ressalva é referência ao "Programa Livre", do SBT, apresentado por Babi, no qual eram entregues perguntas prontas à platéia para serem feitas aos entrevistados, conforme revelou uma reportagem do TV Folha.
Drica diz ainda que vê muito "auê" no filão de programas para o público jovem. "Quem tem formação jornalística [a apresentadora é formada na área, pela faculdade Cásper Líbero, de São Paulo] desenvolve outra visão na atração que comanda, preocupa-se em prestar serviço. A TV não tem a obrigação de educar, mas sim de informar o público. Eu tenho um compromisso social."
Segundo ela, a atual programação para adolescentes tem "muita festa", enquanto o "Mundo Clipper" buscaria "mexer com a cabeça dos jovens". "E a gente, que tenta fazer isso, fica ilhado. Quando comecei em TV, quem mostrava o corpo, aparecia de biquíni na tela -como eu mesma fiz nos humorísticos, admito-, era logo descartado, por não ter o que dizer. Hoje os valores mudaram."
O "Mundo Clipper", exibido às terças, registra atualmente 2 pontos de média no Ibope (160 mil telespectadores na Grande São Paulo). Com a mudança para a segunda-feira, que acontece na próxima semana, a direção da Gazeta acredita em um aumento dessa audiência.


MUNDO CLIPPER, TV Gazeta, vai ao ar na próxima terça-feira, às 22h15; a partir do dia 24/9, passa a ser exibido às segundas-feiras, no mesmo horário



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