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HOMEM DA LEI
Vencedor do "No Limite" ganha mais 15 minutos de fama
FERNANDA DANNEMANN
FREE LANCE PARA A FOLHA
Depois da fama efêmera por ganhar o
prêmio de R$ 300 mil do programa "No
Limite 3", da TV Globo, o capitão da Polícia Militar de Natal (RN) Rodrigo Trigueiro voltou a estar no foco dos refletores há dez dias. Por exigência dos próprios criminosos que mantinham como
refém a consultora de marketing Ísis Nóbrega, 27, o capitão atuou como um dos
negociadores e conseguiu que o sequestro-relâmpago terminasse bem depois
de seis tensas horas.
"Protegido por um colete à prova de
balas, me aproximava do carro para levar água e celular para os bandidos e dar
mensagens do tenente Marinho, que
também negociava com eles", relembra
o capitão, que também é comandante da
Companhia de Operações com Cães.
"Quando os sequestradores me viram lá,
pediram que eu fosse o intermediário, e
isso fez com que a fama, que estava diminuindo, aumentasse de novo. Mas não
quero ser herói de nada, só fiz o meu trabalho", afirma ele, que, em Natal, ainda é
assediado para dar autógrafos e tirar fotos com fãs. "A TV é assim, transforma
uma pessoa comum em ídolo. É bom receber este carinho, mas quando é demais
atrapalha. Quando saio, vou preparado
para contar a mesma história que já contei 300 milhões de vezes", diz ele, que recebeu telefonemas de todos os ex-companheiros do "No Limite" depois do sequestro-relâmpago.
Apesar do novo feito, o capitão não renega a fama de preguiçoso que angariou
pelas horas passadas na rede durante o
"reality show". "Adoro uma rede! Até na
Companhia tenho uma e, se não tirar um
cochilo de 40 minutos depois do almoço,
fico mal-humorado."
Apesar de ser tão adepto do cochilo, ele
não teve sua reputação arranhada na Polícia Militar. "O pessoal aqui me conhece.
Eu estava no meio do mato, com fome,
com sede e competindo. Não fui otário
de me desgastar. Fiquei na rede observando o comportamento das pessoas.
Não foi estratégia, a minha natureza é
tranquila."
Filho de um coronel da reserva e irmão
de dois tenentes, o capitão usou parte do
prêmio para pagar dívidas e outra parte
para comprar motos para a família inteira. "Gastei R$ 70 mil e apliquei o resto em
imóveis e em planos de previdência. Não
tenho os R$ 2 mil da PM? Isso dá pra viver com minha mulher e meu filho de
três anos", contabiliza, enquanto planeja
o futuro: "Quando me aposentar, quero
abrir uma loja especializada em motocicletas. Depois, vou viajar o mundo todo
de moto com uma gata cheirosa na garupa. Sou folgado mesmo", define-se.
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