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SOMBRERO
"Primeiro Amor", que estréia em novembro, é mais uma tentativa da emissora de consolidar sua produção de novelas
Trama folhetinesca é nova aposta da Record
DA REPORTAGEM LOCAL
A NOVELA "Marcas da Paixão",
que estreou em maio e foi a grande
aposta da Rede Record para sua programação deste ano, se aproxima de seu final sem ter se firmado como um sucesso
-dificilmente passou dos sete pontos
no Ibope (cada ponto equivale a 80 mil
telespectadores na Grande São Paulo).
Mesmo assim, a emissora quer mais.
Vai continuar apostando em produções
próprias e pretende se firmar como uma
alternativa às novelas globais -campeãs
absolutas na preferência do público- e
às tramas mexicanas, que a própria Record ainda exibe. Em novembro, quando
"Marcas da Paixão" sai do ar, entra em
seu lugar "Primeiro Amor", a nova novela da Record, que começa a ser gravada já
nesta semana.
""Marcas da Paixão" foi um começo, estávamos ousando, produzindo uma novela com um padrão de qualidade. Nossa
meta era atingir uma média de 6 pontos
no Ibope. Conseguimos até 8 pontos, e
ainda passamos por períodos difíceis, como o do programa
eleitoral, que nos fazia mudar constantemente o horário da
novela. Não adianta, tínhamos que começar de alguma maneira", afirma Attílio Riccó, diretor-geral de novelas na
emissora. "A meta com "Primeiro Amor" é atingir dois dígitos no Ibope. Se der dez pontos, já ficarei feliz. E assim vamos crescendo e conquistando o nosso espaço."
Para conseguir esses dez pontos, a emissora está investindo em um legítimo folhetim, quase mexicano -dessa vez,
ambientado em Recife. "Queremos sair do eixo Rio-São
Paulo, mostrar o Brasil. Foi o que eu fiz com "Pantanal" (novela exibida na extinta TV Manchete), e deu muito certo.
Com isso, estamos unificando a Rede Record e conquistando audiência em outras capitais do Brasil", explica Riccó.
O pano de fundo de "Primeiro Amor" começa quando a
filha de Teodoro (Sérgio Britto), um poderoso empresário
de Recife à beira da falência, engravida de um namorado,
membro de uma família rival, causando vergonha em seus
pais. O homem mais rico da cidade, que não tem filhos, faz
então uma proposta ao empresário: se a criança for um menino, ele assume o neto de Teodoro como seu filho e o torna seu herdeiro. Mas,
por um desses infortúnios da vida e das
novelas, nasce uma menina -que é rapidamente substituída pelo filho do motorista da família e mandada a um internato na Suíça.
Cerca de 20 anos se passam, e a trama
começa de verdade. Aquiles (Alexandre
Barillari), aquele que havia sido colocado no lugar da menina, descobre a existência da quase-irmã, Letícia (Patrícia de
Sabrit), e vai visitá-la na Suíça. Da visita
resulta mais uma gravidez (novamente
indesejada), e Letícia decide voltar para
o Brasil, com o filho nos braços, em busca de suas origens.
"Não podemos ter vergonha dos folhetins, somos latinos, é disso que as pessoas gostam. Estou fazendo um folhetim
em uma linguagem moderna. Os personagens nunca terão tratamento maniqueísta, sempre vai haver um fundinho
de humanidade", conta Marcus Lazarini, autor da novela.
A trama de Lazarini inclui ainda a participação dos telespectadores: a novela
vai ter um programa de rádio, com
"aconselhamento sentimental", do qual
pessoas comuns poderão participar.
"Na página da novela na Internet, as
pessoas poderão contar seus casos e terão também um serviço de "aconselhamento". Os melhores irão participar do
programa de rádio de "Primeiro Amor"
-o próprio telespectador vai contar sua
história", diz Lazarini.
Caso "Primeiro Amor" atinja as metas
da emissora, já se pensa em tirar do ar
definitivamente as novelas (originalmente) mexicanas, como "Olhar de Mulher", para inaugurar um novo horário de novelas de produção própria.
"Queremos criar um hábito no telespectador,
de assistir novela na Record. É um processo, estamos dando os primeiros passos", diz Riccó.
Os planos da emissora incluem, no próximo
ano, produzir uma novela de época -ainda em
definição- ambientada na Amazônia, que iria
substituir "Primeiro Amor".
(CLÁUDIA CROITOR)
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