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NOVELA REAL
Livro dá visão geral da história da
imigração em SP sem se restringir aos
italianos, que são o foco da novela
Pesquisadora faz sua "Terra Nostra"
ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local
Silenciosamente, sem gastar milhões de reais ou contar com um
elenco de estrelas da TV, a pesquisadora Sônia Maria de Freitas, 41,
fez sua própria "Terra Nostra". O
trabalho consumiu R$ 1.000 em
fitas -um capítulo da novela da
Globo custa, em média, R$ 95 mil.
A novela das oito contará em
cerca de 240 capítulos os dramas
dos imigrantes da obra de Benedito Ruy Barbosa. Em cinco anos,
Sônia gravou 230 fitas de vídeo
com igual número de depoimentos de pessoas que vieram de todo
o mundo para o Brasil.
Os vídeos podem ser vistos por
qualquer um que visitar o Memorial do Imigrante, no bairro do
Brás, em São Paulo. "São depoimentos que contam os dramas
pessoais dessa gente. Revelam
seus sonhos, idéias e costumes
trazidos de suas terras natais",
conta Sônia.
Estão lá histórias que lembram
as que são vistas em "Terra Nostra", mas com um final diferente.
Como a da imigrante que se escondeu nos porões do navio no
qual veio para o Brasil para evitar
que jogassem o seu filho ao mar.
Mas ele estava mesmo morto. Na
novela -que também baseia o fato em história real, segundo o autor- o filho dos personagens
Leonora e Bartolo sobreviveu.
A vivência da pesquisadora
com esse universo rendeu o livro
"E Chegam os Imigrantes...", que
será lançado dia 24. Além de emprestar a emoção das histórias
dos imigrantes, o livro resulta de
dois anos de pesquisas em jornais
e documentos pessoais.
A obra tem um texto didático e,
além de 62 ilustrações coloridas e
em preto-e-branco, dá sugestões
para o uso em salas de aula.
"É quase um guia para entender
a novela das oito, mas com um
compromisso com a história que
a ficção não tem", conta a pesquisadora, que, embora não costume
assistir a novelas, confessa estar
acompanhando a trama de "Terra Nostra" todas as noites.
Memorial do Imigrante - r. Visconde de
Parnaíba, 1.316, Brás, tel. 0/xx/11/6692-1866
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