São Paulo, domingo, 21 de abril de 2002

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FINAL INFELIZ

Roteiristas e atores ficaram sem salário

História de "Acampamento Legal" termina na Justiça

RODRIGO DIONISIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ÚLTIMO capítulo da produção infantil "Acampamento Legal" está programado para ir ao ar na próxima quarta-feira, na Record. Mas, paralelamente à trama da série, desde outubro do ano passado uma outra novela vem se desenrolando nos bastidores. E os próximos episódios devem lembrar um desses seriados com advogados.

Um grupo composto pelos roteiristas Edison Braga e Márcio Tavolari e pelos atores Márcio Ribeiro e Luiz Carlos Bahia entrou com uma medida tutelar para suspender a exibição da produção. Na sexta passada, também pretendiam iniciar uma ação para receber salários atrasados e outros direitos.
"Acampamento", que estreou em 13 de agosto de 2001, era um programa dividido entre a Record e duas produtoras independentes. A Casa de Vídeo cuidava da parte artística (realização dos episódios, contratação de elenco) e a Central de Produções ficava com a comercialização de publicidade e captação de recursos. À Record, cabia a exibição.
Em outubro, elenco e roteiristas deixaram de ser pagos. Os responsáveis pela Casa de Vídeo alegaram que a Central de Produções não havia conseguido captar recursos e foi feito um pedido para que o trabalho continuasse até a entrega dos 180 capítulos previstos em contrato.
Esse sistema funcionou até dezembro, com o consequente acúmulo de salários atrasados. Em janeiro, começaram a ir ao ar reprises da novela.
"Eles queriam pagar 40% dos salários de novembro e dezembro e 5% dos referentes às reprises de janeiro a março. Esse acordo é indecoroso", diz Tavolari.
A Record afirma que tem cumprido o que cabe contratualmente à emissora. Os responsáveis pela Central de Produções, Paulo Idelfonso e Cacá Bloise, foram procurados pela reportagem, por e-mail e telefone, durante dez dias, mas não deram retorno.
O dono da produtora Casa de Vídeo, Helder Peixoto, tem conhecimento da medita tutelar, mas até o encerramento desta edição não havia sido comunicado oficialmente. Ele diz que os roteiristas e atores formam um "pequeno grupo que não se dispõe a negociar e alimenta a discórdia para obter um acordo mais favorável". Peixoto afirma que a Casa de Vídeo está disposta a pagar os salários.
O grupo que moverá a ação diz que foi excluído das negociações por ter formado uma comissão para representar os interesses do elenco no ano passado. "Nos chamaram de mentores de uma rebelião, mas só quero meu direito", diz Bahia.



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