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FINAL INFELIZ
Roteiristas e atores ficaram sem salário
História de "Acampamento Legal" termina na Justiça
RODRIGO DIONISIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O ÚLTIMO capítulo da produção
infantil "Acampamento Legal" está
programado para ir ao ar na próxima
quarta-feira, na Record. Mas, paralelamente à trama da série, desde outubro
do ano passado uma outra novela vem se
desenrolando nos bastidores. E os próximos episódios devem lembrar um desses
seriados com advogados.
Um grupo composto pelos roteiristas
Edison Braga e Márcio Tavolari e pelos
atores Márcio Ribeiro e Luiz Carlos Bahia entrou com uma medida tutelar para
suspender a exibição da produção. Na
sexta passada, também pretendiam iniciar uma ação para receber salários atrasados e outros direitos.
"Acampamento", que estreou em 13 de
agosto de 2001, era um programa dividido entre a Record e duas produtoras independentes. A Casa de Vídeo cuidava
da parte artística (realização dos episódios, contratação de elenco) e a Central
de Produções ficava com a comercialização de publicidade e captação de recursos. À Record, cabia a exibição.
Em outubro, elenco e roteiristas deixaram de ser pagos. Os responsáveis pela
Casa de Vídeo alegaram que a Central de
Produções não havia conseguido captar
recursos e foi feito um pedido para que o
trabalho continuasse até a entrega dos
180 capítulos previstos em contrato.
Esse sistema funcionou até dezembro,
com o consequente acúmulo de salários
atrasados. Em janeiro, começaram a ir
ao ar reprises da novela.
"Eles queriam pagar 40% dos salários
de novembro e dezembro e 5% dos referentes às reprises de janeiro a março. Esse acordo é indecoroso", diz Tavolari.
A Record afirma que tem cumprido o
que cabe contratualmente à emissora. Os
responsáveis pela Central de Produções,
Paulo Idelfonso e Cacá Bloise, foram
procurados pela reportagem, por e-mail
e telefone, durante dez dias, mas não deram retorno.
O dono da produtora Casa de Vídeo,
Helder Peixoto, tem conhecimento da
medita tutelar, mas até o encerramento
desta edição não havia sido comunicado
oficialmente. Ele diz que os roteiristas e
atores formam um "pequeno grupo que
não se dispõe a negociar e alimenta a discórdia para obter um acordo mais favorável". Peixoto afirma que a Casa de Vídeo está disposta a pagar os salários.
O grupo que moverá a ação diz que foi
excluído das negociações por ter formado uma comissão para representar os interesses do elenco no ano passado. "Nos
chamaram de mentores de uma rebelião,
mas só quero meu direito", diz Bahia.
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