São Paulo, domingo, 23 de agosto de 1998

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BALANÇO
Novas novelas são fiascos ou êxitos


Emissoras que se arriscaram na produção de telenovelas estão obtendo resultados díspares


da Reportagem Local

A decisão da Bandeirantes e da Record de voltar a produzir novelas tem dado às duas emissoras resultados diferentes e, até certo ponto, inesperados.
A Record esperava atingir de quatro a cinco pontos com "Estrela de Fogo" e conseguiu o dobro. Em alguns capítulos, a emissora atingiu picos de 11 pontos no Ibope.
Cada ponto equivale a cerca de 80 mil telespectadores na Grande SP.
A performance, considerada satisfatória pela emissora, fez a trama ser esticada em cerca de cem capítulos. Prevista para ir ao ar até outubro deste ano, "Estrela de Fogo" deve ficar no ar até março de 99.
A Bandeirantes tinha pretensão de conquistar cinco pontos em média com "Serras Azuis". Até o momento, no entanto, a novela conseguiu de três a quatro pontos.
Procurado pela Folha desde sexta retrasada, o diretor de "Serras Azuis", Nilton Travesso, não respondeu aos telefonemas da reportagem para comentar o desempenho da novela.
A Manchete fixou como meta para suas produções três pontos no Ibope, segundo o diretor de teledramaturgia da emissora, Walter Avancini, 63.
Por alguns momentos, "Xica da Silva", exibida entre 1996 e 97, obteve cinco vezes mais -15 pontos. "Mandacaru" oscilou entre seis e oito pontos.
E a audiência de "Brida", até o momento, é de quatro pontos em média. O fato de não ter repetido ao menos o Ibope de sua antecessora fez Avancini trocar o adaptador.
Jayme Camargo foi substituído. A novela agora é escrita por Sônia Motta e Angélica Lopes. O objetivo de Avancini é aprofundar, na trama, o universo feminino de suas personagens, exaltando a ansiedade e a intuição intrínsecas às mulheres, na visão do diretor.
"Optei por um modo diferente de se fazer novelas. Não quero fazer algo que simplesmente seja convencional. É necessário ter algo a dizer, mas, para isso, preciso ter à minha volta pessoas com talento", afirma Avancini.
O SBT, de certa forma, deu a volta por cima no ramo da teledramaturgia. Após sucessivas tentativas de "imitar" o modo como a Globo produz novelas, a emissora decidiu reduzir custos, contratar estreantes e fazer novelas parecidas com as da mexicana Televisa.
O resultado foi positivo. "Fascinação" tinha como meta de cinco a sete pontos. Está conseguindo dez de média, com picos ainda mais elevados.
Isso seria considerado baixo, não fosse o fato de a novela ser exibida no mesmo horário de "Torre de Babel".
Antes de "Fascinação", a emissora cogitava a possibilidade de encerrar seu departamento de teledramaturgia. Com o desempenho de "Fascinação", o SBT já planeja o lançamento de outro título (leia texto ao lado).
"Essa novela tem dado ótimos índices. Já temos planos até janeiro para dramaturgia", revela Jacques Lagoa, um dos diretores de "Fascinação".
A Record também demonstra satisfação com os índices de "Estrela de Fogo". A novela consegue, em média, oito pontos de audiência e, desde que estreou, aumentou a audiência total de "Ratinho Livre", o programa subsequente. (RUI DANTAS)



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