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Para autor, eventual interferência da emissora "faz parte"
BRUNO SAITO
DA REDAÇÃO
Desde 1991 na Globo, o autor Emanoel
Jacobina, 40, já passou pelos humorísticos "Dóris para Maiores", "Sai de Baixo"
e "Casseta & Planeta", além da série para
adolescentes "Malhação". Ele falou ao
TV Folha sobre "Coração de Estudante",
sua primeira novela.
"Coração de Estudante" abordará temas polêmicos que fazem parte do cotidiano dos jovens, como "Malhação"?
Na novela, haverá uma discussões sobre a realidade do pai solteiro, sobre ecologia e sobre a ética no amor, porque
uma personagem vai usar recursos pouco éticos para conquistar o Eduardo (Fábio Assunção). Haverá também temas
relacionados diretamente à vida do jovem brasileiro de 20 anos, como o Mateus (Caio Blat), personagem que critica
a elite intelectual brasileira.
Você está sentindo muita responsabilidade por escrever sua primeira novela?
Tenho um princípio que é o seguinte:
apenas a criatividade pode resolver um
problema de difícil solução. A dificuldade é parte inerente ao meu trabalho e, encarando a dificuldade, certamente conseguirei resolvê-la e trazer alguma coisinha nova para dentro da teledramaturgia diária.
Como é suceder uma novela como "A Padroeira", que passou por diversos problemas, como baixa audiência e mudanças
na história?
Trata-se de um orçamento de mais de
US$ 5 milhões. É uma responsabilidade
muito grande para mim, ainda mais por
ser minha primeira novela. Olho isso e
falo: "Puxa, eu tenho que dar 101% de
mim para que tudo corra bem". Porque é
uma grande oportunidade em termos de
carreira e, naturalmente, quero que seja
um sucesso de audiência.
Você aceitaria interferências da Globo
na sua trama?
Nenhum autor começa a escrever pensando nisso como hipótese, mas, eventualmente, isso acontece. Em "Malhação", tive que, em função do público, dar
um direcionamento um pouco diferente
do que havia imaginado. Isso faz parte
do trabalho na televisão.
Você já trabalhou em programas humorísticos, como "Casseta & Planeta", "Sai
de Baixo", "Dóris para Maiores". Como isso influenciou seu trabalho?
Durante a maior parte da minha carreira, que começou em 1991, escrevi humor.
Isso faz com que uma novela minha tenha humor, mesmo que não se trate de
uma comédia. Minha trajetória profissional me tornou muito atento à integridade das cenas. Eu tenho uma preocupação de que cada cena do capítulo valha
por si.
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