São Paulo, domingo, 24 de fevereiro de 2002

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Para autor, eventual interferência da emissora "faz parte"

BRUNO SAITO
DA REDAÇÃO

Desde 1991 na Globo, o autor Emanoel Jacobina, 40, já passou pelos humorísticos "Dóris para Maiores", "Sai de Baixo" e "Casseta & Planeta", além da série para adolescentes "Malhação". Ele falou ao TV Folha sobre "Coração de Estudante", sua primeira novela.

"Coração de Estudante" abordará temas polêmicos que fazem parte do cotidiano dos jovens, como "Malhação"?
Na novela, haverá uma discussões sobre a realidade do pai solteiro, sobre ecologia e sobre a ética no amor, porque uma personagem vai usar recursos pouco éticos para conquistar o Eduardo (Fábio Assunção). Haverá também temas relacionados diretamente à vida do jovem brasileiro de 20 anos, como o Mateus (Caio Blat), personagem que critica a elite intelectual brasileira.

Você está sentindo muita responsabilidade por escrever sua primeira novela?
Tenho um princípio que é o seguinte: apenas a criatividade pode resolver um problema de difícil solução. A dificuldade é parte inerente ao meu trabalho e, encarando a dificuldade, certamente conseguirei resolvê-la e trazer alguma coisinha nova para dentro da teledramaturgia diária.

Como é suceder uma novela como "A Padroeira", que passou por diversos problemas, como baixa audiência e mudanças na história?
Trata-se de um orçamento de mais de US$ 5 milhões. É uma responsabilidade muito grande para mim, ainda mais por ser minha primeira novela. Olho isso e falo: "Puxa, eu tenho que dar 101% de mim para que tudo corra bem". Porque é uma grande oportunidade em termos de carreira e, naturalmente, quero que seja um sucesso de audiência.

Você aceitaria interferências da Globo na sua trama?
Nenhum autor começa a escrever pensando nisso como hipótese, mas, eventualmente, isso acontece. Em "Malhação", tive que, em função do público, dar um direcionamento um pouco diferente do que havia imaginado. Isso faz parte do trabalho na televisão.

Você já trabalhou em programas humorísticos, como "Casseta & Planeta", "Sai de Baixo", "Dóris para Maiores". Como isso influenciou seu trabalho?
Durante a maior parte da minha carreira, que começou em 1991, escrevi humor. Isso faz com que uma novela minha tenha humor, mesmo que não se trate de uma comédia. Minha trajetória profissional me tornou muito atento à integridade das cenas. Eu tenho uma preocupação de que cada cena do capítulo valha por si.


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