São Paulo, Domingo, 24 de Outubro de 1999
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MAKING OF

Família Prestes se reúne para refazer caminhos da Coluna

ANDRÉA DE LIMA
da Reportagem Local

Depois de 73 anos, o filho e o neto do líder comunista Luiz Carlos Prestes, além de outros 11 "cavaleiros", refazem a marcha que deu origem à Coluna Prestes e ao documentário "Prestes, a Última Coluna", que vai ao ar no próximo sábado, às 20h30, pela TV Cultura.
Sem registro de imagens, a marcha original partiu de Santo Ângelo (RS), em 1924, e contou com 1.500 homens e mulheres. Durante dois anos e sete meses, eles percorreram a pé ou a cavalo 25 mil quilômetros, atravessando 13 Estados brasileiros.
"Foi muito emocionante refazer as trilhas da coluna liderada por meu pai com meu filho Pedro, um estudante de jornalismo de 20 anos, que mora com minha primeira mulher em Moscou (Rússia)", afirma o diretor Luiz Carlos Prestes Filho, 40.
Ele dividiu com Emílio Gallo, 40, o roteiro e a direção do documentário.
Os diretores afirmam que "Prestes, a Última Coluna" consegue passar ao espectador "o clima" do que foi a marcha que precedeu o levante comunista de 1935, também conhecido como Intentona Comunista.
Com 54 minutos de duração, o documentário foi dividido em três blocos. Eles remontam de forma não-linear o que acontecia no país na década de 20, a segunda versão da cruzada com os herdeiros Prestes, o movimento direitista em São Paulo e no Rio e apresentam uma breve biografia do comandante Prestes.
O diretor Emílio Gallo conta que acompanhou de perto os últimos cinco anos de vida de Luiz Carlos Prestes, morto em 1990, aos 92 anos. "Gravamos imagens do enterro dele, que reuniu 30 mil pessoas no Rio, e outras 60 horas de palestras, caminhadas e conversas com esse personagem da nossa história".
Prestes Filho declara que a "segunda marcha derruba a tese de que o brasileiro não tem memória e não valoriza sua história".
"Como meu pai, o velho Prestes, atravessei parte deste país. Encontrei um povo que conhece a história da Coluna Prestes e suas bandeiras de transformação do Brasil, traduzidas no refrão "abaixo o imperialismo, abaixo o FMI e abaixo o custo de vida!'", diz o diretor, que se formou no Instituto de Cinema de Moscou.
Com financiamento do BNDES, o vídeo foi co-produzido pela TV Cultura e a produtora carioca Quatro Filmes, de Gallo.


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