São Paulo, domingo, 25 de março de 2001

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SÉRIES

Pacote reafirma coragem da Sony

Canal traz ao Brasil seis produções com pouco atraso em relação aos EUA; estréias acontecem a partir de 2 de abril

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

PARA começar, é preciso dizer: a Sony, o canal da TV paga brasileira que exibe as melhores séries norte-americanas atualmente, é muito corajosa. Duvida? Então veja uma de suas vinhetas institucionais, em que um sujeito gordinho, calvo, de terno, num cenário "futurista", levanta-se do nada e começa a dançar. É das cenas mais constrangedoras de todos os tempos da TV.
Segundo porque continua estreando séries relativamente novas nos EUA, com pouco atraso. Assim, aproveitando a pós-temporada da "midseason" (meia-estação) americana, lança "Ed", "C.S.I. (Crime Scene Investigation)", "DAG", "Three Sisters" e "Mysterious Ways". Além disso, "Sessions at West 54th" volta com novo recheio. As estréias começam no dia 2 de abril.
Tudo bem, faltou a mais inteligente, que a Fox daqui exibe às terças, logo após o "That 70's Show": "Grounded for Life", ou "de castigo pelo resto da vida", com o ator-rei-dos-filmes-independentes Donal Logue.
Mas há boas coisas no pacote. Por exemplo, "C.S.I", que conseguiu a façanha de tomar o lugar de "Friends" e subir para os dez mais na semana em que o festejado programa do sexteto de amigos que mora no Village, em Nova York, exibiu uma reprise.
"C.S.I.", cujo título é sigla para investigação da cena do crime, é justamente o dia-a-dia de um grupo desses policiais especializados, liderados por William L. Petersen, eterno ator coadjuvante de Hollywood, o marido galinha de "Um Toque de Infidelidade".
Apesar de produzido pelo picareta Jerry Bruckheimer (dos medíocres "Bar Show" e "60 Segundos"), o programa prende a atenção, tanto pelo bizarro trabalho desenvolvido pelos especialistas em cenas de crime quanto pelas relações humanas, realistas.
Há ainda "Ed", do time do apresentador David Letterman, que também é responsável por "Everybody Loves Raymond". Começou discretamente nas noites de domingo e hoje ganhou o dia mais nobre, a quinta-feira.
É o advogado que desiste de ganhar dinheiro na cidade grande, volta para seu povoado natal, compra e reforma o boliche de sua adolescência e se reapaixona pela namoradinha do colégio. Dito assim parece sem graça, mas o programa tem charme e humor.
"Whose Line Is it Anyway", uma stand-up comedy coletiva conduzida por Drew Carrey, da série homônima, tem mais acertos do que erros. E o sempre bom "Sessions at West 54th", que volta com Branford Marsalis, Cesaria Evora, Funkadelic e Moby.
As outras três, "DAG", "Three Sisters" e "Mysterious Ways", merecem pouco mais do que duas linhas. A primeira é uma tentativa de continuar o filme "O Guarda-Costas e a Primeira-Dama", com Shirley Maclaine, com a diferença de que não tem a atriz nem graça. A segunda deveria se envergonhar de ostentar o mesmo título de uma das mais conhecidas peças de Tchecov. São três irmãs, a solteirona, a casada feliz e a caçula sexy, às voltas com suas vidas amorosas. Esqueça. E a última tenta entrar na onda sobrenatural bem-sucedida de "Charmed", que por sua vez pegava carona no sucesso de "Buffy", até hoje a mais bem-feita das três. Esqueça também.


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