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SÉRIES
Pacote reafirma coragem da Sony
Canal traz ao Brasil seis produções com pouco atraso em relação aos EUA; estréias acontecem a partir de 2 de abril
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
PARA começar, é preciso dizer: a
Sony, o canal da TV paga brasileira
que exibe as melhores séries norte-americanas atualmente, é muito corajosa.
Duvida? Então veja uma de suas vinhetas
institucionais, em que um sujeito gordinho, calvo, de terno, num cenário "futurista", levanta-se do nada e começa a dançar. É das cenas mais constrangedoras de todos os tempos da TV.
Segundo porque continua estreando séries relativamente novas nos EUA, com pouco atraso. Assim, aproveitando a pós-temporada da "midseason" (meia-estação) americana, lança "Ed", "C.S.I. (Crime Scene Investigation)", "DAG", "Three Sisters" e "Mysterious Ways". Além disso, "Sessions at West 54th" volta com novo recheio. As estréias começam no dia 2 de abril.
Tudo bem, faltou a mais inteligente, que a Fox daqui
exibe às terças, logo após o "That 70's Show": "Grounded for Life", ou "de castigo pelo resto da vida", com o
ator-rei-dos-filmes-independentes Donal Logue.
Mas há boas coisas no pacote. Por exemplo, "C.S.I",
que conseguiu a façanha de tomar o lugar de "Friends" e
subir para os dez mais na semana em que o festejado
programa do sexteto de amigos que mora no Village,
em Nova York, exibiu uma reprise.
"C.S.I.", cujo título é sigla para investigação da cena do crime, é justamente o
dia-a-dia de um grupo desses policiais
especializados, liderados por William L.
Petersen, eterno ator coadjuvante de
Hollywood, o marido galinha de "Um
Toque de Infidelidade".
Apesar de produzido pelo picareta
Jerry Bruckheimer (dos medíocres "Bar
Show" e "60 Segundos"), o programa
prende a atenção, tanto pelo bizarro trabalho desenvolvido pelos especialistas
em cenas de crime quanto pelas relações
humanas, realistas.
Há ainda "Ed", do time do apresentador David Letterman, que também é responsável por "Everybody Loves Raymond". Começou discretamente nas
noites de domingo e hoje ganhou o dia
mais nobre, a quinta-feira.
É o advogado que desiste de ganhar dinheiro na cidade grande, volta para seu
povoado natal, compra e reforma o boliche de sua adolescência e se reapaixona
pela namoradinha do colégio. Dito assim
parece sem graça, mas o programa tem
charme e humor.
"Whose Line Is it Anyway", uma
stand-up comedy coletiva conduzida
por Drew Carrey, da série homônima,
tem mais acertos do que erros. E o sempre bom "Sessions at West 54th", que
volta com Branford Marsalis, Cesaria
Evora, Funkadelic e Moby.
As outras três, "DAG", "Three Sisters"
e "Mysterious Ways", merecem pouco
mais do que duas linhas. A primeira é
uma tentativa de continuar o filme "O
Guarda-Costas e a Primeira-Dama",
com Shirley Maclaine, com a diferença de que não tem
a atriz nem graça. A segunda deveria se envergonhar de
ostentar o mesmo título de uma das mais conhecidas
peças de Tchecov. São três irmãs, a solteirona, a casada
feliz e a caçula sexy, às voltas com suas vidas amorosas.
Esqueça. E a última tenta entrar na onda sobrenatural
bem-sucedida de "Charmed", que por sua vez pegava
carona no sucesso de "Buffy", até hoje a mais bem-feita
das três. Esqueça também.
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