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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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ENTREVISTA

O diretor Maurício Farias fala do sucesso da sitcom da Globo

Família bem resolvida

MARCELO BORTOLOTI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

MAURÍCIO Farias, 40, é o diretor da sitcom "A Grande Família", sucesso da Rede Globo que vem atingindo médias de 41 pontos de audiência (cada ponto equivale a 48,5 mil domicílios na Grande SP). Filho do cineasta Roberto Farias e marido da atriz Andréa Beltrão, Maurício é da nova geração de diretores que vêm dando uma cara diferente à programação da emissora.

A mudança de horário para depois da novela das oito interferiu muito na audiência de "A Grande Família"?
O programa já tinha uma performance excelente no horário em que estava e, com a mudança, cresceu no índice de audiência. Isso mostra que ele tem um perfil mais adequado ao novo horário. É visto por muitos jovens, crianças e donas-de-casa, e quando você coloca numa hora mais acessível, o público aumenta.

Que elementos o programa tem para atrair um público tão eclético?
Tem um humor agradável e que não é repetitivo. São comédias situacionais, cada história tem o seu humor pela situação que ela propõe. E não é do tipo apelativo. Acho que isto já faz com que tenha um espectro de aceitação mais amplo. Outra coisa, é que ele retrata uma família de classe média, com todos os problemas de uma família brasileira.

O redator-chefe, Cláudio Paiva, disse uma vez que os episódios de maior aceitação do público são aqueles que trazem algum elemento dramático. Que linha você prefere?
Acho o Cláudio um excelente autor e com uma ótima equipe. Seus textos trazem uma piada a cada três falas, o que é raríssimo. O que a gente vem percebendo é que, quando o programa tem uma dramaturgia mais próxima à da novela, ele agrada mais ao público. Mas acho que mesmo quando isso acontece, ele não perde o seu lado cômico.

Com o aumento da audiência, melhoraram as condições de produção?
Já somos privilegiados. Fazer um seriado gravando um episódio a cada três dias, com cenário fixo, significa que temos de três a quatro vezes mais tempo para produzir do que numa novela.

Você costuma interferir muito na atuação dos atores?
Não. Fazendo uma analogia com o futebol, imagine o Zagallo, técnico da seleção Brasileira, com Pelé, Garrincha, Tostão e outros. Não precisa falar muito, porque todo mundo joga muito bem. Eu já sei quando preciso ir em socorro deles, e vice-versa.

Você se considera pertencente a uma nova geração de diretores experimentalistas dentro da Rede Globo?
Acho que cada geração tem sua personalidade, e eu faço parte de uma geração de diretores que estão inseridos dentro de um determinado contexto. Creio que agora este pessoal está mostrando a cara dentro da televisão. Isso se reflete em tudo, desde a estética e os temas ao tipo de programa e ao formato.

O programa terá vida longa?
Não temos previsão. O que eu vejo é que estamos muito animados. Quando a gente se reuniu, no final do ano passado, ficamos preocupados se iríamos conseguir fazer mais 40 histórias e criar algo de novo para o público. Acho que temos pique para continuar, mas só o tempo é que vai dizer.


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