São Paulo, domingo, 25 de junho de 2000


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Novela histórica visa público teen


Globo aposta na trama de Walcyr Carrasco para atrair a audiência jovem


DA SUCURSAL DO RIO E

DA REPORTAGEM LOCAL

A TRAMA de época da nova novela das seis da Rede Globo, "O Cravo e a Rosa", vai tentar agradar tanto as donas-de-casa como o público adolescente. O trunfo da emissora nessa empreitada é o criador da trama, Walcyr Carrasco, que é um sucesso entre o público infanto-juvenil.
"Esse horário mistura audiências. Há os adolescentes que acabaram de ver "Malhação" e as donas-de-casa. Tenho experiência em falar aos jovens porque uma das coisas que fiz muito foi dar palestras em escolas e ouvir os questionamentos deles", diz Carrasco. A história, uma comédia, se inspira na novela "O Machão", que pega emprestada a trama de "A Megera Domada", de William Shakespeare.
Adriana Esteves é Catarina, mulher rebelde e impetuosa que se apaixona pelo mulherengo e machista Petruchio (Eduardo Moscovis). Os dois viverão às turras até descobrirem estar apaixonados. Além do tom leve de comédia, uma aposta para a conquista dos jovens é a personagem de Leandra Leal, Bianca, irmã da protagonista Catarina.
Mas "O Cravo e a Rosa" não será uma "Malhação" nos anos 20. "Sou um autor. Escrevo para todos os públicos, inclusive adolescentes. A novela tem ingredientes para todas as idades", diz Carrasco.
Embora não tenha nenhuma relação com "Malhação", Adriana Esteves precisou suar muito para estar pronta para viver Catarina, porque teve um bebê há apenas quatro meses. Perdeu 21 quilos à custa de muita dieta e ginástica.
"Fui pega de surpresa pelo convite e não quis recusar a chance de fazer uma novela de época dirigida pelo Walter Avancini. Estava completamente fora de forma, procurei um médico e fiz uma dieta rigorosa. Emagreci com muita alface e exercícios diários", conta Adriana.
Segundo a atriz, o tipo físico da mulher dos anos 20 ajuda na sua composição. "Não gosto mais de ser magrela como antes. Minha silhueta está boa para a novela. Na época, o padrão de beleza era diferentes. As mulheres daquele período eram bem mais cheinhas."
A novela será dirigida por Walter Avancini, que há dez anos esteve longe da Globo. Avancini ganhou fama de perfeccionista, centralizador e de pulso forte com os atores, mas se diz mudado. "Os tempos são outros. Hoje o caudilho é o homem da violência, e não o da construção. É um momento universal, não só pessoal", afirma. O diretor nega ainda que tenha pensado em supervisionar a trama escrita por Carrasco, proposta que gerou protesto de autores globais.
"Nunca tive essa intenção. Fui diretor-geral de novelas da Globo, em 78. Aí, sim, dizia até o que ia ou não ao ar. Depois, como diretor, busquei ser amigo e parceiro dos autores. Minha relação com Walcyr não é de autoritarismo, é de solidariedade. Trocamos idéias sempre", afirma. Avancini diz ter coibido possíveis excessos. "Evitei o tom farsesco, que pode sempre cair no estereótipo." (AM e BG)

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