São José dos Campos, Terça, 2 de fevereiro de 1999

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LITORAL
Laudo preliminar divulgado pela Sabesp aponta contaminação também em outros 18 quiosques da cidade
Caraguá tem água imprópria em bicas

free-lance para a Folha Vale

A água de seis bicas instaladas na rodovia dos Tamoios e de 18 dos 50 quiosques existentes em Caraguatatuba, no litoral norte, foi considerada imprópria para o consumo em um relatório preliminar realizado pela Sabesp.
O levantamento foi solicitado pela prefeitura, pela primeira vez, após o aumento do número de casos de diarréia na cidade.
Os registros passaram no mês passado de 18 para 67 pacientes em uma semana, de acordo com dados da administração municipal.
Devido ao resultado do laudo, a Secretaria Municipal da Saúde iniciou ontem um trabalho de fiscalização dos quiosques para detectar se a água está sendo utilizada no preparo de alimentos.
Nos casos em que a utilização ficar comprovada, a Vigilância Sanitária poderá interditar os estabelecimentos.
Além disso, serão colocadas placas de aviso sobre a qualidade do produto nas bicas da rodovia.
Segundo o secretário da Saúde de Caraguá, Paulo Fontes, foram encontrados coliformes totais na água, o que significa contaminação por diversas bactérias.
Elas podem causar diarréia, vômitos, febre e cólicas abdominais. As pessoas que apresentarem os sintomas devem procurar o pronto-socorro ou um médico.
De acordo com o secretário, os locais que estão oferecendo o produto apenas para o banho de turistas não podem ser interditados.
"Nós vamos salientar que a água é imprópria, mas não podemos impedir que o cidadão entre na ducha ou na bica."
Uma campanha para conscientizar a população dos riscos do consumo de água de poço também deve ser feita.

Fiscalização
Durante a semana, a Vigilância Sanitária estará fazendo, com a ajuda da Sabesp, um novo levantamento para comprovar o resultado já divulgado e analisar novos pontos que podem estar contaminados na cidade.
No monitoramento, que deve ter um balanço final em cinco dias, também será verificado o destino do produto.
As águas oferecidas fora da rede pública, ou seja, que não são de responsabilidade da Sabesp ou de sistemas autônomos dos municípios, deixam de ser monitoradas regularmente. O trabalho é feito apenas a partir da solicitação.
O secretário disse que os casos de diarréia estão estabilizados na cidade desde a semana passada.
Também foram coletados materiais dos doentes e enviados para o Instituto Adolfo Lutz, em Taubaté, para examinar e determinar as causas da diarréia. Os laudos devem ser encaminhados para a prefeitura em 15 dias.
Caso queira fazer denúncia, o morador pode ligar para 422-2822.



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