São José dos Campos, Quinta-feira, 05 de Abril de 2001

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CRIME ORGANIZADO
Mandados foram expedidos ontem pela Justiça após depoimento de jovem conhecido como Chuchu
Polícia busca seis da quadrilha de Serjão

Claudio Capucho/Folha Imagem
O adolescente J.R.L.S., 16, o Chuchu, acusado de assassinar seis pessoas, chega ao Fórum de São José dos Campos para depor


DA FOLHA VALE

A Justiça de São José dos Campos expediu ontem seis mandados de prisão contra integrantes da quadrilha de Sérgio dos Santos, o Serjão, apontado como o líder do tráfico de drogas na favela Santa Cruz.
Os pedidos de prisão foram feitos pela polícia com base no depoimento de J.R.L.S., 16, o Chuchu, acusado de ter matado seis pessoas, entre elas Juanita Carneiro dos Santos, 21, e Michelle Fernanda Martucelle, 19, encontradas em uma vala na favela.
Os outros suspeitos também teriam participado do assassinato das mulheres, supostamente a mando de Serjão, que fugiu da Penitenciária de Guarulhos.
Segundo a polícia, o crime foi uma vingança contra um traficante de São Bernardo do Campo, o Batata, que estaria invadindo a área de Serjão.
Os outros homicídios dos quais o adolescente é suspeito também estariam relacionados com Serjão e com a disputa por pontos de tráfico, segundo a polícia.
O delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Benedito Oberdan Fernandes Lobo, disse que está trabalhando junto com a Dise (Delegacia de Investigação sobre Entorpecentes) para prender os seis suspeitos.
Segundo ele, os suspeitos já estão identificados. "Já temos informações de onde eles estão, mas moradores da favela os protegem", disse Lobo.
O delegado disse que Serjão esteve na favela e acompanhou todos as mortes praticadas por Chuchu, mas nenhum morador o denunciou à polícia.
"Queremos prender o Serjão e o grupo, para acabar com o tráfico, mas as pessoas têm medo e escondem informações", disse.

Operação
Ontem, a Polícia Civil organizou uma megaoperação para o transporte do adolescente da cadeia do Putim para a Vara da Infância e Juventude.
Havia risco de resgate ou atentado contra Chuchu.
A DIG recebeu denúncias anônimas de que o adolescente seria morto para não revelar o nome de outros integrantes da quadrilha ou de grupos rivais.
Após a prisão de Chuchu, na última sexta-feira, 11 crimes já teriam sido cometidos na cidade supostamente como queima de arquivo na guerra entre traficantes dos grupos de Serjão e Batata.
"Não podemos afirmar que os crimes têm relação com o tráfico", afirmou o delegado.
O advogado de Serjão, Nathanael Claro, disse ontem que não poderia comentar as acusações.
"Desconheço. Não tenho contato com o Serjão desde que ele fugiu da prisão", disse.


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