DA FOLHA VALE

As escolas públicas e particulares do Vale do Paraíba e litoral norte estão substituindo o ensino religioso tradicional, que na maioria das vezes privilegiava o catolicismo, por fundamentos do ecumenismo.
A iniciativa é do Coner (Conselho de Ensino Religioso), que possui integrantes do catolicismo, judaísmo, evangélicos, espíritas e budistas, convidados pelo conselho para fiscalizar e elaborar o ensino nas escolas.
Nas aulas, os estudantes convivem com temas que são abordados sob o ponto de vista de religiões representativas da região.
Para conseguir esse resultado, o conteúdo das aulas é discutido com representantes de cada religião, doutrina ou seita.
Os professores responsáveis pela difusão da nova disciplina têm aulas de história das religiões, antropologia, noções de ética e relações sociais.
A aluna de filosofia da Unitau (Universidade de Taubaté) Cristina Cobra, que frequentou o curso de extensão universitária de ensino religioso visando o ecumenismo, disse que, há casos onde ainda há a tendência de alguns professores em falar mais sobre religiões que são mais familiares.
"Em muitos casos, os professores falam mais do catolicismo ou de religiões evangélicas, porque sabem mais delas", disse.
Cristina está desenvolvendo uma pesquisa com estudantes e professores de ensino religioso para descobrir até que ponto a doutrina original de cada docente influencia nas aulas.
"A intenção de não discriminar as religiões é essencial, mas é preciso descobrir se está sendo cumprida", disse.


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