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Negação de imagens
cria novos mártires
DA FOLHA VALE
A migração das imagens de
santos dos altares para capelas e
oratórios domésticos está provocando um fenômeno de transformação da religiosidade popular
do Vale do Paraíba, com o culto a
mortos desconhecidos em cemitérios.
A conclusão faz parte do estudo
"Imagens do Catolicismo Popular: Uma análise das transformações no uso das imagens na identidade católica", desenvolvido por
alunos de pós-graduação da Unitau (Universidade de Taubaté) e
orientado pelo professor José Rogério Lopes.
A pesquisa está sendo realizada
há dois anos com fiéis de pequenas cidades onde, segundo os pesquisadores, a tradição católica é
mais forte, como Lagoinha, que
fica encravada na serra do Mar,
praticamente isolada.
A devoção às almas, como é definida pela Igreja Católica, acontece principalmente em pequenas
cidades, como Lagoinha e São
Bento do Sapucaí, na serra da
Mantiqueira.
Segundo o professor Lopes, esse
fenômeno se dá ao largo da cidade de Aparecida, onde a presença
da padroeira do país ainda prevalece.
""Crianças que morreram, mulheres que foram assassinadas e
andarilhos acabam atraindo devotos aos cemitérios", afirmou o
professor.
Em alguns casos, disse o professor, os túmulos atraem verdadeiras romarias de devotos.
Um dos casos mais conhecidos
no Vale do Paraíba é o da ""Menina Daniela", em Taubaté, cujo túmulo fica coberto de brinquedos e
flores, principalmente no Dia de
Finados.
Em São José dos Campos, o fenômeno se dá principalmente no
túmulo do padre Rodolfo Komorek, enterrado no cemitério do
centro.
O padre é conhecido como realizador de milagres para pessoas
com doenças pulmonares, em razão de seu trabalho com tuberculosos.
O curioso é que os restos mortais do padre nem estão mais lá
-foram levados para a igreja da
Sagrada Família, também em São
José dos Campos.
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