São José dos Campos, Domingo, 05 de Dezembro de 1999


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TURISMO
Faturamento pode chegar a R$ 65 mi com a presença de estrangeiros na região
Litoral norte busca atrair 100 mil argentinos em 2000

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
da Folha Vale

Em busca de um turista que nas visitas ao sul do país gasta no mínimo US$ 333, o litoral norte de São Paulo está investindo em um programa que pretende atrair 100 mil argentinos no próximo ano, a partir da temporada de verão, que começa neste mês.
Em reais, os argentinos poderiam deixar R$ 65 milhões em um ano, cerca de um terço do que os turistas estrangeiros "despejam" a cada ano em Santa Catarina, destino predileto no Brasil dos habitantes de países do Mercosul.
O delegado regional do Turismo, Paulo de Tarso Marques, disse que o primeiro passo foi a realização de um workshop em Buenos Aires, no mês passado, e a viagem de jornalistas ao litoral norte neste mês.
Segundo Marques, o programa, organizado pela Secretaria de Estado dos Esportes e Turismo, pretende tornar mais agressiva a estratégia de marketing paulista em relação à de outros Estados.
"O Sul e o Nordeste já têm um trabalho forte em oferecer seus atrativos. Nós contamos com atrações tão boas quanto eles, falta investir em divulgação", disse.
Os empresários na área de turismo estão de olho no peso argentino, que vale neste ano quase o dobro do verão do ano passado, graças à desvalorização do real frente ao dólar.
As empresas e municípios pretendem aplicar em contatos com agentes e operadores de turismo para tentar reverter a relativa -os profissionais da área falam em nenhuma- divulgação do litoral paulista.
O vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Ilhabela, Werner Benz, 26, que está envolvido no programa, prevê dificuldades, mas diz estar otimista.
"O início deve ser difícil, por causa dos custos que envolvem um investimento desse porte, mas estamos nos organizando", disse Benz.
Um dos problemas a serem enfrentados, já detectado pelos empresários, é a falta de uma linha regular de transporte entre o aeroporto internacional de Cumbica e as cidades litorâneas.
Uma van cobra R$ 200 por uma viagem, enquanto uma diária em pousada fica em R$ 85, o que inviabiliza que um grupo pequeno chegue ao litoral.
Em Florianópolis, ao contrário, eles já chegam ao aeroporto internacional Hercílio Luz, ao lado das atrações da cidade, que, segundo a Embratur, já é o segundo destino de turistas no país, atrás do Rio de Janeiro.
Além do litoral, os agentes estão trabalhando em cidades do interior do Estado e do Triângulo Mineiro.
O secretário do Turismo de Caraguatatuba, Ricardo Gaspar, 51, disse que uma das vantagens que o litoral norte pode obter com a presença de visitantes do Mercosul é a possibilidade de preencher as vagas em hotéis no período de baixa temporada.
"A concentração do turista na temporada acaba sendo prejudicial. Ela estimula a tendência de ficarmos esperando o verão, com baixo faturamento."



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