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TURISMO
Faturamento pode chegar a R$ 65 mi com a presença de estrangeiros na região
Litoral norte busca atrair 100 mil argentinos em 2000
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
da Folha Vale
Em busca de um turista que nas
visitas ao sul do país gasta no mínimo US$ 333, o litoral norte de
São Paulo está investindo em um
programa que pretende atrair 100
mil argentinos no próximo ano, a
partir da temporada de verão, que
começa neste mês.
Em reais, os argentinos poderiam deixar R$ 65 milhões em um
ano, cerca de um terço do que os
turistas estrangeiros "despejam"
a cada ano em Santa Catarina,
destino predileto no Brasil dos
habitantes de países do Mercosul.
O delegado regional do Turismo, Paulo de Tarso Marques, disse que o primeiro passo foi a realização de um workshop em Buenos Aires, no mês passado, e a viagem de jornalistas ao litoral norte
neste mês.
Segundo Marques, o programa,
organizado pela Secretaria de Estado dos Esportes e Turismo, pretende tornar mais agressiva a estratégia de marketing paulista em
relação à de outros Estados.
"O Sul e o Nordeste já têm um
trabalho forte em oferecer seus
atrativos. Nós contamos com
atrações tão boas quanto eles, falta investir em divulgação", disse.
Os empresários na área de turismo estão de olho no peso argentino, que vale neste ano quase o dobro do verão do ano passado, graças à desvalorização do real frente
ao dólar.
As empresas e municípios pretendem aplicar em contatos com
agentes e operadores de turismo
para tentar reverter a relativa
-os profissionais da área falam
em nenhuma- divulgação do litoral paulista.
O vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de
Ilhabela, Werner Benz, 26, que está envolvido no programa, prevê
dificuldades, mas diz estar otimista.
"O início deve ser difícil, por
causa dos custos que envolvem
um investimento desse porte,
mas estamos nos organizando",
disse Benz.
Um dos problemas a serem enfrentados, já detectado pelos empresários, é a falta de uma linha
regular de transporte entre o aeroporto internacional de Cumbica e as cidades litorâneas.
Uma van cobra R$ 200 por uma
viagem, enquanto uma diária em
pousada fica em R$ 85, o que inviabiliza que um grupo pequeno
chegue ao litoral.
Em Florianópolis, ao contrário,
eles já chegam ao aeroporto internacional Hercílio Luz, ao lado das
atrações da cidade, que, segundo
a Embratur, já é o segundo destino de turistas no país, atrás do Rio
de Janeiro.
Além do litoral, os agentes estão
trabalhando em cidades do interior do Estado e do Triângulo Mineiro.
O secretário do Turismo de Caraguatatuba, Ricardo Gaspar, 51,
disse que uma das vantagens que
o litoral norte pode obter com a
presença de visitantes do Mercosul é a possibilidade de preencher
as vagas em hotéis no período de
baixa temporada.
"A concentração do turista na
temporada acaba sendo prejudicial. Ela estimula a tendência de ficarmos esperando o verão, com
baixo faturamento."
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