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PATRIMÔNIO
Constatação é de avaliação preliminar do Iphan
Peças de igreja de São Sebastião podem ser as mais antigas do país
ROBERTA MEDEIROS
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
Uma avaliação preliminar feita
pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) indicou que as seis imagens
religiosas achadas em outubro na
igreja matriz de São Sebastião podem estar entre as peças sacras
mais antigas conhecidas no país.
As peças foram analisadas pelo
museólogo e arquiteto do Iphan
de Parati (RJ) Júlio César Dantas
durante realização do inventário
do material: o pedestal de uma
imagem de Santa Luzia (datada
de 1652), de Nossa Senhora com o
Menino Jesus, de Santo Antonio,
de São Brás e de um santo que
ainda não foi identificado.
"As imagens representam um
tipo de feitura que é muita rara
dentro da história da arte religiosa. Pode-se dizer que elas são uma
das primeiras peças desse período
feitas no Brasil", disse.
As relíquias estavam incrustadas nas paredes da capela-mor da
igreja havia cerca de cem anos. As
obras foram encontradas por pedreiros que reabriram uma antiga
janela fechada no século 18.
Segundo o museólogo, as peças
mais antigas conhecidas são do
início do século 17 -a de Nossa
Senhora da Conceição, da igreja
de Itanhaém, no litoral sul, e a
Nossa Senhora da Penha, na igreja da Penha, no Espírito Santo.
As obras encontradas em São
Sebastião são feitas de terracota e
pertencem a uma oficina franciscana que ocupou boa parte da faixa litorânea do sudeste brasileiro
no período colonial.
"Esse tipo de obra é encontrada
mais facilmente no litoral paulista, até porque as peças são feitas
de argila, mais comum nessa região", disse Dantas.
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