São José dos Campos, Terça-feira, 05 de Dezembro de 2000

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PATRIMÔNIO
Constatação é de avaliação preliminar do Iphan
Peças de igreja de São Sebastião podem ser as mais antigas do país

ROBERTA MEDEIROS
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Uma avaliação preliminar feita pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) indicou que as seis imagens religiosas achadas em outubro na igreja matriz de São Sebastião podem estar entre as peças sacras mais antigas conhecidas no país.
As peças foram analisadas pelo museólogo e arquiteto do Iphan de Parati (RJ) Júlio César Dantas durante realização do inventário do material: o pedestal de uma imagem de Santa Luzia (datada de 1652), de Nossa Senhora com o Menino Jesus, de Santo Antonio, de São Brás e de um santo que ainda não foi identificado.
"As imagens representam um tipo de feitura que é muita rara dentro da história da arte religiosa. Pode-se dizer que elas são uma das primeiras peças desse período feitas no Brasil", disse.
As relíquias estavam incrustadas nas paredes da capela-mor da igreja havia cerca de cem anos. As obras foram encontradas por pedreiros que reabriram uma antiga janela fechada no século 18.
Segundo o museólogo, as peças mais antigas conhecidas são do início do século 17 -a de Nossa Senhora da Conceição, da igreja de Itanhaém, no litoral sul, e a Nossa Senhora da Penha, na igreja da Penha, no Espírito Santo.
As obras encontradas em São Sebastião são feitas de terracota e pertencem a uma oficina franciscana que ocupou boa parte da faixa litorânea do sudeste brasileiro no período colonial.
"Esse tipo de obra é encontrada mais facilmente no litoral paulista, até porque as peças são feitas de argila, mais comum nessa região", disse Dantas.


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