São José dos Campos, Terça-feira, 05 de Dezembro de 2000

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VIOLÊNCIA
Polícia abre inquérito para apurar denúncia de crianças que teriam sido assediadas sexualmente pelo pároco
Padre é acusado de assediar deficientes

KEILA RIBEIRO
DA FOLHA VALE

O pároco da Igreja Matriz de São Luís do Paraitinga, Alaor dos Santos, está sendo acusado por um grupo de sete crianças e adolescentes deficientes mentais, com idades entre 10 e 20 anos, de tê-las assediado sexualmente.
Segundo o relato dos adolescentes à polícia, o padre teria pedido para que os estudantes abaixassem a roupa e ficado observando-os enquanto fazia perguntas relacionadas à sexualidade.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as denúncias, que foram apresentadas por professoras do projeto Ser (Serviço Especial de Reabilitação), escola municipal para alunos especiais, onde as crianças estudam.
O delegado Guilherme Vassão Nunes disse que o caso também vai ser encaminhado ao Ministério Público depois que o padre for ouvido.
Moradores ouvidos pela Folha disseram que ficaram revoltados com a notícia e que esperam que o padre seja afastado da paróquia.
O pedido de investigação foi realizado pelo prefeito de São Luís, Raul Alceu Pressotto (PDT), que recebeu as professoras na quinta-feira à noite, em sua casa.
Segundo ele, as professoras e a coordenadora da escola desconfiaram do comportamento que os alunos apresentaram após uma entrevista com o padre.
A escola convidou o pároco, a pedido dos pais, na quinta-feira, para avaliar se os alunos tinham condições de participar da preparação para a primeira comunhão.
Uma sala foi reservada na escola para que o padre recebesse, individualmente, as crianças. Na saída da entrevista, as professoras notaram que os alunos estavam ansiosos, nervosos e pareciam "envergonhados".
Na delegacia, cinco dos sete estudantes, acompanhados dos pais, apresentaram a mesma versão para o fato.
O pároco não foi encontrado ontem na cidade. Funcionários da casa paroquial informaram que era seu dia de folga.
O advogado do padre, Odair Andrade, disse que o pároco saiu da cidade por questões de segurança e que esta semana compareceria à delegacia para apresentar sua versão dos fatos.


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