São José dos Campos, Sábado, 10 de Fevereiro de 2001
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SOB SUSPEITA Vice-presidente da ACI pede demissão, afirmando haver irregularidades; Sebrae fará auditoria no órgão Denúncia "racha" Polovale em São José
ELIANE MENDONÇA DA FOLHA VALE O vice-presidente da ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José e curador da Fundação Polovale, Cristóvão Cursino, encaminhou anteontem uma representação ao Ministério Público apontando irregularidades na diretoria executiva da entidade. A denúncia motivou o pedido de demissão do próprio Cursino, do diretor tesoureiro, Jair Capatti Júnior, e o rompimento da Univap (Universidade do Vale do Paraíba) com a fundação. O Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) anunciou que irá deslocar um grupo do departamento financeiro do órgão para realizar uma auditoria na fundação. No documento, Cursino afirma que a medida foi tomada após a constatação "de uma administração perigosa e de pouco trato com o dinheiro da instituição". Como exemplo das supostas irregularidades, ele citou gastos particulares pagos pela instituição, empréstimo ilegal de R$ 24 mil feito à ACI, ferindo o estatuto, irregularidades em reunião do conselho curador e um contrato de convênio entre a ACI e a Polovale, que previa repasses mensais de R$ 4.000 para prestação de serviço de assessoria de comunicação, que também contraria o estatuto. O orçamento da fundação em 2000 foi de R$ 555,4 mil. A Polovale é uma fundação de direito privado e sem fins lucrativos, que tem como objetivo promover o aumento da competitividade do setor industrial, principalmente o de base tecnológica. A fundação possui duas incubadoras -uma na Univap, com sete empresas, e outra na Revap (Refinaria Henrique Lage), com oito. Apesar de ser uma fundação de direito privado, a Polovale recebe dinheiro da prefeitura desde a sua fundação, há nove anos. O secretário do Desenvolvimento Econômico, Ramon de Castro Touron, não soube informar o valor que foi repassado para a fundação no ano passado. Segundo Cursino, quando a atual gestão assumiu, em março de 2000, encontrou cerca de R$ 1 milhão em caixa. Após nove meses, só havia cerca de R$ 300 mil. "Os gastos mensais, que no primeiro trimestre do ano eram de, em média, R$ 38 mil, chegaram a R$ 105 mil no último semestre", disse. "Tem alguma coisa errada, porque a Polovale é administrada por empresários, que sabem fazer contas", declarou Cursino. O presidente da Polovale, José Eduardo Jendiroba, disse ontem à Folha ter ficado "surpreso" com a atitude de Cursino. "O orçamento referente às atividades de 2000 foi aprovado por unanimidade pelo conselho curador", afirmou. O diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Felipe Cury, informou que estava se inteirando dos fatos para decidir sobre a sua permanência na fundação. "Se as irregularidades forem confirmadas, eu me retiro da fundação, porque não posso colocar em risco a reputação da entidade que represento", declarou. Próximo Texto: Outro Lado :Acusado diz que só vai comentar após ver conteúdo da denúncia Índice |
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