São José dos Campos, Sábado, 10 de Fevereiro de 2001

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SEGURANÇA
Segundo a Polícia, há cerca de 30 empresas sem cadastro como de segurança, mas que prestam serviços na área
PF faz blitz em empresas de segurança

KEILA RIBEIRO
DA FOLHA VALE

A Polícia Federal iniciou ontem um "pente-fino" em empresas que prestam serviços de segurança em cidades do Vale do Paraíba e do litoral norte para autuar as unidades que estão funcionando irregularmente na região.
As empresas que estão atuando como grupos de vigilância ilegalmente e não encerrarem as atividades serão notificadas, e os proprietários poderão ser presos, segundo o delegado da PF de São José dos Campos, Olavo Varajão.
Um levantamento realizado pela Polícia Federal revela que existem cerca de 30 empresas na região que não estão cadastradas como serviço de vigilância, mas que são responsáveis pela segurança em indústrias, shoppings e até mesmo supermercados.
A denúncia foi apresentada pelo Sindicato dos Vigilantes do Vale do Paraíba e do Litoral Norte, que entregou à delegacia da PF nomes de empresas que oficialmente estão aptas a prestar serviços de zeladoria e portaria, mas que estariam oferecendo serviços de vigilância e rondas.
O presidente do sindicato, Luiz Donizeti Silva, disse que, com o comportamento irregular, as empresas economizariam com valores de salários, encargos trabalhistas e seguros pagos aos funcionários e em taxas de autorização para funcionamento.
"O funcionário é prejudicado porque ganha pouco e corre mais riscos", disse.
O delegado da PF, Olavo Varajão, disse que, durante a elaboração do levantamento, os policiais que fiscalizaram as empresas encontraram seguranças trabalhando irregularmente, principalmente em supermercados.
Os funcionários se identificavam aos policiais federais apenas como auxiliares administrativos ou estoquistas, mas seriam responsáveis por rondas nos locais e vigilância de clientes.
Segundo o delegado, as empresas se "travestiriam" de grupos de fornecimento de serviços de limpeza e portaria, mas orientariam os funcionários a vigiar e preservar o patrimônio.
Para o delegado, a denominação das empresas não será considerada, mas o que cada grupo desenvolve efetivamente. As rondas, por exemplo, segundo ele, são atribuição exclusiva de segurança privada.
"Elas (as empresas) estudam a legislação para burlar a lei e pagar menos. Isso vai acabar", disse.
A PF vai priorizar a fiscalização das empresas irregulares e clandestinas, mas também vai analisar as empresas que já estão regularizadas para verificar se estão cumprindo as normas de segurança.


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