São José dos Campos, Quarta, 10 de março de 1999

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POLÍCIA
Objetivo é ter local preciso das ocorrências
Comandante quer estatística detalhada

da Folha Vale

O combate à violência no Vale do Paraíba será realizado a partir deste mês com base em estatísticas detalhadas, que vão fornecer informações como tipo de crime, ocorrência e horário de incidência em cada região.
Para isto, a Delegacia Regional do Vale do Paraíba quer aproximar a polícia da comunidade e incentivar a formalização de denúncias contra os criminosos.
A postura também será adotada pelo novo comandante da PM de São José dos Campos, coronel Celso Carlos de Camargo. "Nossa estatística representa o atendimento da PM, mas não espelha a criminalidade. Durante a reunião de planejamento integrado vou solicitar informações detalhadas para a Polícia Civil identificar os bairros, qual o tipo de delito mais praticado e horário."
Camargo afirmou que a PM vai iniciar um gerenciamento das operações para otimizar o trabalho da corporação.
O novo delegado regional no Vale, Antonio Carlos Gonçalves da Silva, afirmou que quer mais método para combater o crime.
"Vamos realizar rondas especializadas com o apoio da PM visando o combate aos crimes contra a vida e o tráfico de drogas. Temos que acabar com o empirismo. A estatística bem trabalhada é a melhor maneira de combater a criminalidade."
Os índices de violência vem apresentando aumento no Vale, principalmente em São José, onde o número de homicídios cresceu 20% em janeiro deste ano em relação a 98, e Lorena. Nessa cidade, as mortes já chegam a 16 este ano, mais da metade dos 27 casos registrados em 98.
O regional afirmou que não é necessário desenvolver programas para proteção de testemunhas devido ao alto custo e inexistência de grandes facções do crime organizado. "Não é o caso do Brasil. A perda de confiança nos órgãos públicos é que deve ser desestimulada."
Um dos pontos levantados pelo delegado é a superlotação carcerária. "Estatisticamente, 85% dos presos condenados estão reincidindo. Do total da prática de crimes, 92% são apontadas como causas econômicas e sociais e 8% são consideradas outras influências."



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