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Policial rodoviário federal vistoria documentos de veículo e motorista na via Dutra, na altura de S. José

da Folha Vale

O número de multas aplicadas na via Dutra, no trecho do Vale do Paraíba, aumentou 47,38% nos primeiros três meses deste ano em relação ao mesmo trimestre de 98, subindo de 15.978 para 23.549 ocorrências.
O levantamento da Superintendência da Polícia Rodoviária Federal revela que o novo Código de Trânsito Brasileiro, implantado desde o dia 22 de janeiro de 98, não foi suficiente para tornar o motorista mais prudente.
A quantidade de acidentes e de pessoas feridas também apresentou alta de 10,51% e de 10,46% respectivamente. Apenas a estatística de mortos registrou queda nos 195 quilômetros da rodovia federal no Vale, passando de 32 para 29 nos mesmos três meses. A diminuição foi de 9,37%.
As estatísticas da Polícia Rodoviária Federal mostram que as multas aplicadas no primeiro trimestre de 97 foram 35% maiores que o registrado no mesmo período de 98.

Efeito código
Para o inspetor Luiz Roberto Lencioni, que responde por um trecho de 52 quilômetros da estrada em São José dos Campos, esse resultado não significa que a imprudência esteja aumentando após o "efeito código".
"A polícia está mais atuante, por isso as multas aumentaram. Após a privatização da Dutra, ficamos mais voltados à fiscalização e à elaboração de boletins de ocorrência", explicou Lencioni.
De acordo com o inspetor, a NovaDutra, empresa que explora a concessão da rodovia, assumiu serviços como o de socorro mecânico e possibilitou à polícia executar uma fiscalização mais efetiva.
Lencioni explicou que as infrações mais comuns são as de uso indevido da faixa da esquerda, desrespeito à distância mínima exigida entre os carros e excesso de velocidade, que tem multa estipulada em 500 Ufirs (Unidade Fiscal de Referência) ou R$ 488,50.
De acordo com a polícia rodoviária, o trecho entre São José e Jacareí é o que apresenta o maior índice de infrações e de acidentes.

Deficiência
As 7.571 multas aplicadas a mais no primeiro trimestre deste ano poderiam ser ainda maiores caso a polícia rodoviária tivesse mais efetivo e condições de utilizar os equipamentos que têm à disposição, afirmou o inspetor.
O inspetor Lencioni disse que existem três radares móveis para controlar a velocidade no trecho de São José da Dutra, mas que apenas um está sendo utilizado, "por causa da falta de pessoal".
Para o diretor do Instituto Nacional de Segurança no Trânsito, Roberto Scaringela, "o código ainda não foi implantado como deveria, por isso dá margem para o desrespeito".
Como exemplo, ele cita a falta de punição severa para os motoristas que cometem faltas graves, de medidas educativas e a demora para a municipalização do trânsito em várias cidades.



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