São José dos Campos, Domingo, 11 de abril de 1999

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TEMPOS DIFÍCEIS
Mais adolescentes estão procurando um emprego na cidade
Crise rejuvenesce perfil de busca por trabalho em S. José

Roosevelt Cássio/Folha Imagem
O adolescente Hilton Gonçalves, 17, em busca de empregos no PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador)


MAURÍCIO BARBOSA
da Folha Vale

O perfil de quem busca um emprego hoje em São José dos Campos aponta para um processo de rejuvenescimento. Do total de pessoas que procuraram os dois principais postos de cadastramento para postos de trabalho em janeiro e fevereiro deste ano, 15,93% têm entre 14 e 18 anos. Em todo o ano de 94, esse índice foi de 2,06%.
A procura, nesse período, representa 42,5% do registrado em 98.
Foram 647 cadastramentos de jovens no PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) e no Poupatempo nos dois primeiros meses deste ano. A média diária passou de 4,16, em 98, para 11,55 pessoas.
Por outro lado, o número de vagas no mercado sofreu uma redução para essa faixa. Em 98, um em cada 89,5 adolescentes inscritos obteve emprego, proporção que passou de 1 para 129,4 este ano.
Pela inexperiência, os jovens acabam se submetendo a salários mais baixos, na faixa de R$ 150,00. As funções mais comuns são mensageiro e recepcionista.
"Se eu conseguir entrar numa empresa, posso ganhar até R$ 500,00", crê Hilton Gonçalves, 17, que desistiu de trabalhar como lavador de carros e fez inscrição no PAT atrás de "estabilidade".
A presença de adolescentes nos postos de atendimento em relação aos desempregados adultos também vem crescendo em São José. Em 98, eram 12,28% -o que mostra um aumento de mais de três pontos percentuais neste ano.
Na Fundhas, responsável pelo treinamento de pessoas entre os 7 e 18 anos (incompletos) para colocá-los no mercado de trabalho, a fila de espera é de 4.000, sendo 2.200 a partir dos 14 anos. A direção da entidade, a única mantida com verbas da prefeitura, já admite a possibilidade de não abrir novas inscrições este ano.
Outro "termômetro" do aumento da procura pelo mercado de trabalho na juventude em São José é o número de salas de aula no período noturno, que já chega a ser oito vezes maior que o vespertino nas escolas da rede estadual.



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