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PROTESTO
Polícia Militar de Jacareí abre sindicância para apurar ação durante manifestação da categoria
Confronto entre PM e perueiros fere 5
free-lance para a Folha Vale
A Polícia Militar de Jacareí abriu
ontem uma sindicância administrativa para apurar a atuação dos
policiais que entraram em confronto com um grupo de perueiros quinta-feira.
A briga envolveu pelo menos 20
perueiros, suas mulheres e 15 policiais militares. Dois perueiros,
que acusam a PM de agressão, e
três policiais ficaram feridos, um
deles com o braço quebrado e outro com um corte profundo no
rosto.
O choque ocorreu quando os
perueiros iniciavam um ato público para protestar contra a proibição da atividade em Jacareí, que
é considerada clandestina pela
prefeitura.
Um grupo de dez perueiros estava em greve de fome, desde segunda-feira, acampado na praça
Conde de Frontin.
A greve de fome foi deflagrada
para reivindicar que o prefeito Benedicto Sérgio Lencioni (sem partido) revogue o decreto que determina a apreensão das peruas e
vans clandestinas.
Ontem, restavam oito motoristas, que pretendiam mudar o local
do acampamento.
Segundo o tenente Paulo Henrique Domingues, relações-públicas do Batalhão da PM de Jacareí,
não houve abuso por parte dos
policiais.
"Eles não permitiram que a polícia atuasse na liberação do trânsito e começaram a agredir os policiais", disse o tenente.
O tenente afirmou que a sindicância foi aberta também para
comprovar a legalidade da ação.
"Pessoas ficaram feridas dos
dois lados, mas isso não vai mudar a forma de agir da PM. Precisamos garantir o direito de ir e vir
das pessoas."
O perueiro Sérgio Fernando
Taffarel, 42, que participava da
greve de fome, disse ter sido perseguido por cem metros até cair e
ser agredido pelos policiais.
"Acordei no carro da polícia,
com ferimentos pelo corpo todo.
Apanhamos como cachorros. Ficaram dando voltas comigo pela
cidade antes de me levar até a delegacia", relatou.
Em razão dos ferimentos e dos
efeitos da falta de alimentação,
Taffarel foi medicado ontem pela
manhã. "Eu estava urinando sangue", disse.
Taffarel e Edvilson Alves da Silva foram autuados em flagrante
por crime de desacato, ameaça e
resistência. Eles só deixaram a cadeia após pagar fiança de R$ 400.
O perueiro Maurício Bittencourt, que também estava no protesto, acusou a polícia de agredir
mulheres e crianças.
"Também soubemos que os policiais estão ameaçando revidar.
Vou até me afastar do movimento", afirmou.
O tenente Paulo Henrique negou ontem que policiais estejam
ameaçando os perueiros.
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