São José dos Campos, Quarta, 17 de março de 1999

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ECONOMIA
Proposta, que inclui os 450 afastados, foi apresentada ontem e voltará a ser negociada em reunião
Sindicato negocia revezamento com a Ford

VANDERLEI FRANÇA
free-lance para a Folha Vale

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté propôs ontem, durante uma reunião com representantes da Ford, o revezamento de trabalhadores da empresa.
A medida voltará a ser discutida hoje em um novo encontro. A Ford tem 1.034 funcionários na produção, sendo que 450 estão afastados desde janeiro devido ao desaquecimento do mercado.
De acordo com a assessoria do sindicato, que foi indicada pelo presidente da entidade, Antonio Eduardo de Oliveira, para falar sobre o assunto, a proposta apresentada prevê revezamento entre todos os trabalhadores da unidade.
Segundo a proposta, um grupo ficaria em casa enquanto o outro trabalharia. Após um determinado período, haveria a troca.
O tempo em que cada grupo ficaria em casa deve ser estabelecido entre o sindicato e a empresa.
A assessoria negou ontem que os empregados houvessem aceito durante uma plenária realizada anteontem a proposta de demissão temporária feita pela Ford.
De acordo com a assessoria, a medida foi descartada e os funcionários que atualmente estão afastados continuam recebendo integralmente seus salários.
O coordenador da comissão de fábrica da Ford em Taubaté, Valmir Marques da Silva, havia dito anteontem que a demissão temporária seria aceita desde que a empresa concordasse com o revezamento. Ontem ele recuou.
Com a demissão temporária, os funcionários perdem o direito a alguns benefícios trabalhistas, como o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), e só recebem um salário líquido.
Já José Maria Mori, um dos diretores do sindicato, afirmou ontem que a entidade e os trabalhadores aceitam a demissão temporária, desde que ela venha com um revezamento entre os metalúrgicos.
A proposta, segundo ele, foi inclusive discutida com os dirigentes da Ford na tarde de ontem.
"Os trabalhadores aceitam a demissão temporária, desde que ela venha acompanhada por um rodízio. Se a Ford aceitar isso, nós vamos fazer uma nova assembléia com os funcionários", disse Mori.
Ontem o presidente do sindicato negou, por meio de sua assessoria, que houvesse discutido esse assunto com a empresa. Mori afirmou que só falta o aval da Ford para a proposta do rodízio.

Problemas
Os problemas na fábrica de Taubaté começaram em janeiro, quando acabaram as férias coletivas.
A Ford apresentou então a proposta de demissão temporária para 500 trabalhadores da unidade, que foi recusada. Em seguida a empresa afastou 501 funcionários e voltou a propor demissão temporária, novamente recusada.



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