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SAÚDE
Licitação embargada leva governo a fazer compra emergencial para garantir distribuição de preservativos
Estoque de camisinha acaba em dezembro
DANIELA FALCÃO
da Sucursal de Brasília
O estoque de preservativos do
Ministério da Saúde para controle
da Aids e das DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) acaba
em 1º de dezembro, Dia Mundial
da Luta Contra Aids, quando serão
distribuídos 3 milhões de unidades.
Para não deixar Estados e municípios desabastecidos em janeiro e,
principalmente, durante o Carnaval, o ministério está providenciando a compra emergencial de
50 milhões de camisinhas -quantidade suficiente para atender à demanda nacional durante os quatro
primeiros meses de 99. O fornecedor ainda não foi definido.
A decisão de fazer a compra
emergencial para o Carnaval foi
tomada há duas semanas . A informação foi dada ontem pelo coordenador de DST e Aids do Ministério da Saúde, Pedro Chequer.
O desabastecimento temporário
foi causado pela contestação, na
Justiça, do processo de licitação
que previa a compra de 200 milhões de preservativos, em setembro de 97.
O resultado da licitação saiu em
maio deste ano e apontou como
vencedora a fabricante britânica
London International Group, que
já havia vendido para o governo,
em 96, 45 milhões de camisinhas.
Três das empresas derrotadas
entraram com ação na Justiça contestando o resultado da licitação.
Apesar de apresentarem preço inferior ao da ganhadora, elas haviam sido excluídas porque a camisinha que produzem não passou pelo controle de qualidade do
Inmetro (Instituto Nacional de
Metrologia e Qualidade Industrial).
"Todas as três excluídas apresentaram preservativos com problemas sérios. O de uma cheirava mal,
o da outra vazava, e o da terceira
era difícil de abrir e também cheirava mal", explicou Chequer.
A Justiça negou liminar às empresas derrotadas. Mas, como elas
recorreram da decisão, o Ministério da Saúde decidiu anular a licitação por conta própria, decidindo
pela compra emergencial.
"A licitação foi legítima, mas decidimos pela anulação para garantir que todos os Estados tenham
camisinhas para distribuir durante
o Carnaval. Se insistíssemos em
comprar os 200 milhões da fabricante britânica, poderia haver nova contestação na Justiça que impedisse a distribuição a tempo",
disse Chequer.
Em janeiro, depois da compra
emergencial dos 50 milhões de camisinhas, o Ministério da Saúde
vai abrir novo processo de licitação para comprar os 150 milhões
que faltam para atender à demanda prevista de 99.
Pedro Chequer negou que o ministério esteja protelando a compra dos preservativos por causa
dos cortes no Orçamento provocados pelo ajuste fiscal.
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