São José dos Campos, Sábado, 19 de junho de 1999

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FUGA EM MASSA
Policiais voltam para São Paulo; média de fugitivos presos cai de 30 para 1 por dia; 154 ainda estão nas ruas
Polícia afasta 200 das buscas a fugitivos

Claudio Capucho - 8.jun.99/Folha Imagem
Policiais militares colocam cavalo em caminhão da Companhia de Cavalaria da PM de São Paulo após rondas feitas em São José


da Folha Vale

A média de presos recapturados da Cadeia Pública de São José dos Campos caiu de 30 para 1 por dia depois do fim da operação especial que contava com o reforço de 200 policiais de São Paulo, auxiliados por dois helicópteros.
Sem o reforço, desde domingo, apenas cinco detentos foram recapturados. Dos 315 que fugiram no último dia 6, 156 foram encontrados no período em que havia mobilização conjunta entre as polícias da capital e de São José. Até ontem, 154 presos continuavam foragidos.
O efetivo das Polícias Civil e Militar envolvido nas buscas agora é de cerca de 200 homens, de acordo com o comando das duas corporações de São José.
Na semana passada, a média diária de recapturados chegou a ser de 30 presos, quando a Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) e a Companhia de Cavalaria da Polícia Militar de São Paulo estavam nas buscas.
Para o comandante da PM de São José, tenente-coronel Celso Carlos de Camargo, a dispensa do reforço não implica a redução das recapturas. "O reforço para essa atividade não é mais necessário porque os foragidos estão espalhados, inclusive em outras cidades. As buscas agora estão sendo realizadas dentro de nossa capacidade de resposta", afirmou.
Camargo afirmou que não está descartado o retorno do reforço policial no caso de aumento de denúncias sobre fugitivos.
A PM está desenvolvendo agora buscas direcionadas em endereços de familiares ou locais que os foragidos costumavam frequentar.
Segundo o delegado-seccional de São José, Roberto Monteiro de Andrade Júnior, a mudança de tática pode ser considerada normal.
"A redução no número de recapturados é normal. Os presos já se afastaram de São José. Se antes nós estávamos realizando batidas e rondas pelas ruas, agora a forma de a polícia atuar é outra, com trabalho de investigação."
Andrade Júnior afirmou que o trabalho de investigação sobre o paradeiro dos presos está agora com as unidades especializadas da polícia, como a DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e o Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos).
Segundo o seccional, foram enviadas mensagens de rádio para as delegacias de todo o Estado informando sobre a fuga e a necessidade de recaptura dos foragidos.
Um dos pontos positivos com o reforço das últimas semanas foi a redução do número de ocorrências em comparação a dias normais. Segundo a PM, nos dois dias antes da fuga, foram registradas respectivamente 87 e 99 ocorrências policiais envolvendo furtos, roubos, latrocínio, tráfico e homicídios. Após o reforço, o número de crimes chegou a cair para 33 na terça após a fuga.



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