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Governo quer aumentar segurança de diretor
DA FOLHA VALE
O secretário da Segurança Pública, Marco Vinício Petrelluzzi,
afirmou que o Estado vai rever a
segurança de diretores de presídios e de pessoas ligadas a cargos
de risco após o sequestro da médica Eulália Pedrosa Almeida.
Petrelluzzi disse que vai ser formulado um plano de segurança
para a proteção dos diretores e familiares, porque é necessário melhorar o sistema de segurança de
pessoas que estão em cargos e
funções mais visíveis.
"Nós que trabalhamos em áreas
de segurança pública assumimos
voluntariamente riscos que o Estado, em troca, pode minimizar",
disse.
O secretário afirmou que essa
vai ser a única mudança realizada
pelo governo de São Paulo após o
sequestro da filha do diretor da
Casa de Custódia de Taubaté, José
Ismael Pedrosa.
Segundo ele, não vão ser transferidos presos e não vai ser proposta nenhuma modificação a ser
adotada em relação aos detentos
do sistema penitenciário após o
episódio.
Petrelluzzi afirmou que o governo saiu vitorioso com a solução
do sequestro, porque não abriu
mão de sua autoridade em nenhum momento.
O secretário disse ainda que o
governo provou que não é refém
de comandos de presos e que vai
continuar enfrentando as ameaças de facções e não pretende negociar com criminosos.
Segundo ele, a megarrebelião
em 29 unidades prisionais e o sequestro de Eulália foram reações
dos comandos às medidas do Estado, que teria provado ter sido rigoroso com os comandos.
"Não há nenhuma hipótese de
ser de outra forma. A postura do
Estado não vai ser mudada. Com
esse episódio, fica cada vez mais
claro que não é possível chantagear o governo do Estado de São
Paulo", disse.
Em relação ao PCC (Primeiro
Comando da Capital), Petrelluzzi
disse que há indícios sérios de que
a ação foi planejada e executada
pelo comando, mas ainda não há
provas concretas.
Segundo ele, a hipótese não está
excluída e estará presente nas investigações policiais, mas, no momento, não é possível confirmar
essa possibilidade.
A suspeita do comando da ação
ter sido realizado por integrantes
do PCC é considerada porque o
grupo era o único interessado no
sequestro, segundo Petrelluzzi.
A confirmação da participação
do comando está atrelada à identificação pela polícia de reivindicações dos telefonemas que foram feitos à família e à polícia.
O secretário afirmou que no período em que Eulália permaneceu
em poder dos sequestradores foram recebidos cerca de 70 telefonemas anônimos, o que está identificando a autoria da ação.
Nas ligações, foram feitos pedidos para a libertação de presos,
relaxamento no tratamento em
presídios de segurança máxima e
a utilização de Eulália na troca de
detentos ligados ao PCC e até
mesmo resgate em dinheiro.
"Não sabemos o que era contato
dos sequestradores e o que era
trote entre as ligações. Qualquer
conclusão é prematura. Por isso,
vamos esperar até o fim das investigações", disse.
As ligações, segundo Petrelluzzi, estão passando por uma triagem, para que o governo possa relacionar os telefonemas que realmente foram feitos pelo grupo e
então punir os integrantes do
PCC, se ficar confirmada a participação do comando.
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