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O PODER DO CRIME 2
José Ismael Pedrosa ainda não decidiu se vai reassumir a direção da Casa de Custódia de Taubaté
Diretor achou acertada a ação do governo
CAROLINA FARIAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
O diretor afastado da Casa de
Custódia de Taubaté, José Ismael
Pedrosa, admitiu a hipótese de
deixar o comando da penitenciária. Ele disse que o governo do Estado agiu certo ao não negociar
com os sequestradores.
Pedrosa disse que, apesar do sequestro, não espera receber um
esquema especial de segurança.
Pergunta - Como o sr. passou esses três dias de sequestro?
José Ismael Pedrosa - É muito difícil conviver com o lado profissional e emocional, mas consegui
administrar as duas coisas.
Pergunta - O sr. chegou a receber
ameaças?
Pedrosa - Não fui ameaçado em
outra oportunidade, mas recebemos ligações de pessoas que diziam ser os sequestradores. Nenhuma delas deu garantia de que
Eulália estava viva nem fez propostas de resgate ou troca.
Pergunta - O sr. concordou com a
decisão do governo de não negociar?
Pedrosa - Eu não tenho que concordar ou não concordar. Talvez
eu não seja a pessoa adequada para julgar, mas tenho de dizer que
procedimentos desse tipo têm de
ser adotados, senão as coisas ficam complicadas. O governo teve
um procedimento importante para o Estado e o sistema.
Pergunta - Alguém confirmou o
envolvimento do PCC?
Pedrosa - Naturalmente, não se
descarta nada desse tipo. Aliás,
existe maior possibilidade de ter,
mas ainda vai haver o inquérito.
Pergunta - O sr. acredita que tenha sido uma vingança?
Pedrosa - Não porque convivo
no meio dos presos há quase 43
anos e pessoalmente nunca recebi
uma ameaça de preso.
Pergunta - Por que o sr. se afastou?
Pedrosa - Não tem a ver com o
pedido de transferência ou liberação de presos. Foi uma iniciativa
do governo. Eu não poderia conviver com o sequestro da minha
filha e as atividades normais.
Pergunta - O sr. vai reassumir?
Pedrosa - Isso é uma coisa em
que vou pensar com muito carinho, com meus familiares.
Pergunta - Depois do susto, o sr.
não vai pensar duas vezes?
Pedrosa - Todos nós que vivemos assim passamos sustos. O
meu foi muito grande, uma coisa
que não desejo a nenhum colega,
a nenhum pai.
Pergunta - O sr. vai solicitar alguma segurança especial?
Pedrosa - Espero ter a mesma segurança que qualquer cidadão
deveria ter.
Pergunta - O sr. chegou a pensar
em soltar presos?
Pedrosa - Pelo lado emocional,
como pai, sim, mas profissionalmente não.
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