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Eulália recusou alimento no cativeiro
ANDRÉ NIETO
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
A médica Eulália Pedrosa Almeida não dormiu enquanto esteve sequestrada e desmaiou quando chegou na casa do pai, José Ismael Pedrosa, em Taubaté, segundo uma amiga da família ouvida pela Folha, que não quis se
identificar.
O desmaio foi provocado, segundo a amiga da médica, porque
Eulália não comeu durante todo o
período em que permaneceu em
poder dos acusados.
Segundo ela, Eulália ficou isolada e passou por dois cativeiros diferentes, que não estavam distantes um do outro, enquanto era vítima de sequestro.
A médica não foi amarrada, encapuzada ou amordaçada e ficou
no cativeiro sem contato com outras pessoas, disse a amiga.
Eulália não teria ouvido o que os
acusados conversavam porque o
grupo colocou uma televisão no
cativeiro, que ficava ligada 24 horas por dia.
O contato com os acusados era
evitado até mesmo durante os horários de alimentação.
A médica recebia comida por
uma passagem que ficava embaixo da porta do quarto onde foi
mantida. Segundo a amiga de Eulália, somente hoje pela manhã a
médica conversou com os acusados, após bater na porta e exigir a
presença de alguém no local.
A principal preocupação de Eulália era, segundo a amiga, voltar
para a sua casa.
"Ela quer ir para a casa dela,
descansar e esquecer tudo isso,
mas a polícia não está permitindo, por segurança", disse.
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