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POLÍCIA
Conselheiros do Taubaté afirmam que o principal suspeito não se conformava com sua situação
Crise em clube pode ter causado crime
KARINA OGO
da Folha Vale
A discussão que teria provocado a morte da psicóloga e secretária do Taubaté, Desdila Gonçalves
Frade, 39, e ferimentos no diretor
de futebol Carlos Caboclo, 61, anteontem, pode ter sido ocasionado por problemas administrativos na gestão do clube.
Uma das hipóteses levantadas
pela polícia para o caso é de crime
passional, já que o boletim de
ocorrência registra que o empresário José Hamilton Mota de Castro, ex-proprietário da Conexão
Sports, principal suspeito pelo
crime, teria discutido com Desdila. Na tentativa de separá-los, Caboclo teria sido atingido, segundo
a versão policial.
Conselheiros do Taubaté, no
entanto, acreditam que o motivo
que teria levado ao crime tenha sido o afastamento a que Castro foi
submetido após o rompimento
da terceirização com a Conexão
Sports e posterior contratação da
empresa Meca, de Caboclo, em
sua substituição.
A Conexão foi trocada por endividamento de pelo menos R$ 70
mil relativo à folha de pagamento
e por débito com fornecedores.
Assim, Castro ficou com a coordenação do marketing. "Ele andava meio cabisbaixo porque foi
deixado de lado, já que Caboclo
passou a ser o homem-forte do
Taubaté", disse um conselheiro
que não quis se identificar.
Pessoas ligadas ao Taubaté ouvidas pela Folha afirmaram nunca ter visto Castro armado. "Após
a saída da Conexão, ele teria recebido um carro e pagamento de
quatro parcelas de R$ 1.000 para
deixar definitivamente o clube.
Mas ele não se conformava com a
sua saída, estava achando que era
uma traição", afirmou outro conselheiro.
O presidente do Taubaté, Antonio Luís Ravani, afirmou que,
com a terceirização, a diretoria do
clube não se envolve na administração do futebol.
Os familiares de Desdila, que foi
enterrada ontem no Cemitério
Municipal de Taubaté, se recusaram a dar entrevistas.
O diretor de futebol, que está internado no Hospital Santa Isabel
de Clínicas, pode receber alta hoje. Segundo seu filho, Maurício
Langanke Caboclo, a bala provocou ferimento no lado esquerdo
do peito. "Se ele tiver alta, vamos
para São Paulo."
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