ROGER MARZOCHI
da Reportagem Local

Pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e do CTA (Centro Técnico Aeroespacial), de São José dos Campos, iniciam nesta semana no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um programa "anti-hacker".
O objetivo é evitar fraudes na contagem dos votos das urnas eletrônicas nestas eleições.
O "hacker" é uma pessoa que consegue burlar a segurança dos sistemas de computadores de empresas e ter informações privilegiadas ou até alterá-las.
A equipe de quatro pesquisadores é a mesma que fez o programa de informatização da Justiça Eleitoral, que teve início em 93, e criou a urna eletrônica. Neste ano, são 170 mil urnas, que serão utilizadas por 47,62% do total de 106 milhões de eleitores do país.
O pesquisador do CTA Osvaldo Catsumi Imamura, responsável pelo sistema de segurança, disse que os canais de comunicação dos computadores do TSE com a Internet estarão sendo fechadas para evitar que o sistema seja violado.
Além de bloquear a comunicação por meio da Internet, os pesquisadores desenvolveram um projeto para evitar a alteração dos votos contabilizados pela urna.
Com o novo sistema, um "hacker" levaria 15 anos para conseguir traduzir as informações usando um supercomputador, de acordo com os pesquisadores.
O professor do instituto de computação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Paulo Licio de Geus, que leciona administração de redes e segurança, disse que não precisaria de um supercomputador para ter o código.
Já a professora do instituto de ciências matemáticas e de computação da USP (Universidade de São Paulo) Regina Helena Carlucci Santana, de São Carlos, disse que é possível fazer sistemas tão complexos e seguros como o realizado pela comissão de pesquisadores.
Segundo o engenheiro do Inpe Paulo Nakaia, a maior prova de que o sistema é seguro é que não foi violado na última eleição, mesmo com as limitações da época. "Se o primeiro não foi burlado, este será ainda mais difícil."



Próximo Texto | Índice