São José dos Campos, Sábado, 28 de agosto de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SOB SUSPEITA
Câmara de Caçapava deve abrir nova investigação
CEI das notas fiscais chega à gestão anterior

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
da Folha Vale

A CEI (Comissão Especial de Inquérito) que investiga a suposta adulteração de notas fiscais por funcionários da Prefeitura de Caçapava vai incluir em seu relatório irregularidades que teriam sido cometidas nas prestações de contas do ex-prefeito Francisco Adilson Natali (PMDB).
O vereador José Mauro de Souza (PT), líder do prefeito Paulo Roitberg (PT) na Câmara e membro da CEI, disse ter encontrado, apenas no mês de novembro de 96, cerca de 40 notas fiscais com indícios de adulteração.
Segundo ele, na última reunião da comissão foi decidido que uma nova CEI será aberta para apurar as prestações de contas feitas entre 93 e 96, assim que for concluída a atual investigação.
Para o vereador, as irregularidades existiam desde o governo anterior e foram corrigidas no final de 97, quando Roitberg mudou o pagamento de diárias.
"Com o tempo, o governo notou que havia diferença de gastos entre um servidor e outro em viagens e suspeitou que havia irregularidades no sistema", disse.
Natali - que vai disputar a eleição em 2000 contra Roitberg - disse que Souza quer desviar a atenção das investigações feitas na administração petista.
Para ele, nenhuma irregularidade foi cometida na sua gestão. "Estamos tranquilos e em condições de dar qualquer explicação."
Ontem a CEI concluiu a auditoria que estava sendo realizada na prefeitura. O presidente da comissão, José Afonso (PFL), disse que foram encontradas cerca de 1.800 notas fiscais suspeitas.
Foram analisadas as prestações de contas desde 97. O maior número de notas suspeitas foi encontrado na Divisão dos Transportes da Secretaria de Obras e na Secretaria da Saúde.
Afonso não soube fazer uma estimativa do valor que pode ter sido desviado da prefeitura com as adulterações. "Não dá. Os valores são muito diferentes."
O próximo passo da CEI será notificar as empresas que emitiram as notas fiscais para que elas apresentem o talão de notas. "Vamos enviar ofício para mais de 60 empresas", disse Afonso.
O vereador José Mauro de Souza disse que é prematuro afirmar que todas as notas sob suspeita foram adulteradas. "A comissão fica divulgando essas coisas sem apurar. No final, se constatará que o número é bem menor do que o que está sendo falado."



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.