|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SOB SUSPEITA
Câmara de Caçapava deve abrir nova investigação
CEI das notas fiscais chega à gestão anterior
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
da Folha Vale
A CEI (Comissão Especial de
Inquérito) que investiga a suposta
adulteração de notas fiscais por
funcionários da Prefeitura de Caçapava vai incluir em seu relatório
irregularidades que teriam sido
cometidas nas prestações de contas do ex-prefeito Francisco Adilson Natali (PMDB).
O vereador José Mauro de Souza (PT), líder do prefeito Paulo
Roitberg (PT) na Câmara e membro da CEI, disse ter encontrado,
apenas no mês de novembro de
96, cerca de 40 notas fiscais com
indícios de adulteração.
Segundo ele, na última reunião
da comissão foi decidido que uma
nova CEI será aberta para apurar
as prestações de contas feitas entre 93 e 96, assim que for concluída a atual investigação.
Para o vereador, as irregularidades existiam desde o governo anterior e foram corrigidas no final
de 97, quando Roitberg mudou o
pagamento de diárias.
"Com o tempo, o governo notou que havia diferença de gastos
entre um servidor e outro em viagens e suspeitou que havia irregularidades no sistema", disse.
Natali - que vai disputar a eleição em 2000 contra Roitberg -
disse que Souza quer desviar a
atenção das investigações feitas
na administração petista.
Para ele, nenhuma irregularidade foi cometida na sua gestão.
"Estamos tranquilos e em condições de dar qualquer explicação."
Ontem a CEI concluiu a auditoria que estava sendo realizada na
prefeitura. O presidente da comissão, José Afonso (PFL), disse
que foram encontradas cerca de
1.800 notas fiscais suspeitas.
Foram analisadas as prestações
de contas desde 97. O maior número de notas suspeitas foi encontrado na Divisão dos Transportes da Secretaria de Obras e na
Secretaria da Saúde.
Afonso não soube fazer uma estimativa do valor que pode ter sido desviado da prefeitura com as
adulterações. "Não dá. Os valores
são muito diferentes."
O próximo passo da CEI será
notificar as empresas que emitiram as notas fiscais para que elas
apresentem o talão de notas. "Vamos enviar ofício para mais de 60
empresas", disse Afonso.
O vereador José Mauro de Souza disse que é prematuro afirmar
que todas as notas sob suspeita foram adulteradas. "A comissão fica divulgando essas coisas sem
apurar. No final, se constatará que
o número é bem menor do que o
que está sendo falado."
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|