São José dos Campos, Sábado, 28 de agosto de 1999

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POLÍCIA
Suspeita é de adulteração e sonegação fiscal; dois são presos em Tremembé e dono não é localizado
Depósito de combustível é fechado

Luciano Coca/Folha Imagem
Vista do depósito clandestino de combustível fechado anteontem pela polícia em Tremembé


da Folha Vale

A polícia fechou anteontem à noite um depósito clandestino de combustível que funcionava em uma chácara em Tremembé por suspeita de adulteração de gasolina e sonegação fiscal.
Foram encontrados no local cerca de cem mil litros de combustível, além de notas fiscais e uma relação de postos, dos quais a distribuidora seria fornecedora. Os nomes não foram divulgados.
Será investigada a existência de uma possível rede de venda de combustível adulterado na região. No local existiam indícios de que a gasolina era misturada ao álcool anidro e outros produtos químicos, como solvente.
A comprovação da suspeita depende de um laudo, feito a partir de exame do material.
Policiais da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Taubaté chegaram ao local após uma semana de investigações.
O depósito, que pertence à distribuidora Petrosilva, funcionava na estrada velha entre Taubaté e Pinda. Os motoristas de dois caminhões que estavam descarregando gasolina foram detidos -Robson Aparecido da Rocha e Geimar Fagundes Suares.
O proprietário da distribuidora, Valdemar Silva, não foi encontrado no local. A Folha também não conseguiu localizar Silva.
O Brasilcom (Sindicato das Distribuidoras Regionais Brasileiras de Combustíveis) informou que a Petrosilva não é associada à entidade.
De acordo com Paulo Roberto Rodrigues, delegado operacional da DIG, havia 30 mil litros de álcool anidro. "Pegamos em flagrante dois caminhões que estavam descarregando. Além disso, havia uma quantidade maior de gasolina nos reservatórios."
Segundo o delegado titular da DIG, Célio José da Silva, a distribuidora deixava de pagar ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), alegando que o combustível seria comercializado em outros Estados.
A medida é aplicada apenas a empresas que conseguiram liminar na Justiça. No comércio dentro do próprio Estado, o imposto é recolhido na refinaria. "Eles compravam o combustível na Replan (Refinaria de Paulínia) como se fossem vender para fora, mas acabavam comercializando na região", afirmou Silva.
Segundo a assessoria de imprensa da Replan, a refinaria não tinha conhecimento do fato.
O local também não tinha extintores ou outra forma de segurança. "Não havia proteção. Uma explosão arrebentaria tudo", afirmou Rodrigues.
O dono da Petrosilva será indiciado por prática de crime contra a economia e distribuição irregular de combustível. Fiscais da Receita foram chamados à delegacia para verificar a documentação.



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