São José dos Campos, Sexta, 29 de janeiro de 1999

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MOTIM
Presas invadiram berçário e pegaram 13 bebês, de 1 a 6 meses
Detentas do Carandiru fazem reféns durante rebelião em SP

MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

As 417 presas da penitenciária feminina da Capital, no Carandiru (zona norte de SP), se rebelaram durante nove horas ontem. As detentas dominaram três agentes penitenciários usando pedaços de madeira, barras de ferro e cacos de vidro e foram até a ala da saúde, onde pegaram 13 bebês, de 1 a 6 meses, que estavam sendo amamentados por outras presas.
O motim começou às 10h, quando as presas aguardavam do lado de fora das celas a abertura das oficinas de trabalho. Segundo o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo, os agentes da penitenciária já sabiam do risco de rebelião desde anteontem.
Por volta das 19h, policiais informaram que todos os reféns já haviam sido libertados, após uma frustrada tentativa de fuga de parte das presas. O motim começou quando o agente penitenciário Osmar Taicini, ao saber de uma possível rebelião, foi até a penitenciária ajudar seus colegas.
Apesar da presença do juiz-corregedor Otávio Augusto Barros Filho na cadeia desde as 13h para negociar com as presas, nenhuma informação oficial foi divulgada até as 19h20. Segundo funcionários da penitenciária, o motivo da rebelião foi a transferência anteontem da presa Claudira Clemente. Ela seria uma das líderes das presas.
As presas foram até a administração, onde quebraram vários objetos do escritório, e atearam fogo aos colchões das celas.
Até as 19h20, não havia confirmação de feridos.



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