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FUTEBOL
Presidente do clube, Cláudio Santiago, já pensa em pedir ajuda ao prefeito prevendo uma série de execuções de dívidas trabalhistas
Penhora ameaça "paz" do S. José no Paulista
KLÉBER WERNECK
free-lance para a Folha Vale
O presidente do São José, Cláudio Santiago, vai recorrer novamente ao prefeito Emanuel Fernandes (PSDB) para garantir a
continuidade da equipe na disputa
do Paulistão-99.
Ele está prevendo um "tormento" a cada jogo do São José no Martins Pereira devido à possibilidade
de penhora das rendas pelas dívidas trabalhistas.
O clube tem 48 horas de prazo
após cada partida em casa para
ressarcir a FPF (Federação Paulista
de Futebol) caso aconteçam novas
penhoras, como a de anteontem,
contra o Ituano, que foi levada por
um oficial de Justiça devido a uma
dívida com o técnico Cabralzinho.
As rendas pertencem à FPF, que
paga cotas de R$ 120 mil aos clubes
por mando de jogo.
A quantia relativa ao jogo contra
o Ituano já foi depositada na FPF,
segundo garantiu Santiago. Ele
não revelou os valores e a fonte do
dinheiro.
O São José, no entanto, está envolvido em pelo menos mais dez
ações civis e 56 trabalhistas e corre
o risco de sofrer novas investidas
de oficiais de Justiça nos próximos
jogos realizados no Martins Pereira. "Se todas as pessoas resolverem
fazer isso, vamos à falência", disse
o presidente.
O setor de tesouraria da FPF também informou que o valor não pode ser debitado das cotas em caso
de penhora, porque a entidade não
quer envolvimento em problemas
judiciais.
Sobre as cotas, Santiago alegou
que o São José não tem mais direito
na FPF. "O São José não tem mais
cota na FPF", afirmou.
Assim, o presidente do São José
pretende se reunir com o prefeito
nos próximos dias para expor a situação do clube. Emanuel está de
férias e deve retornar às atividades
na segunda-feira.
A idéia de Santiago é pedir o auxílio do prefeito para conseguir
uma nova arrecadação por meio
da campanha SOS São José, que foi
lançada para cobrir o rombo financeiro do clube.
"Não temos dinheiro para saldar
as dívidas agora, mas temos como
negociá-las para depois pagar",
afirmou.
Inicialmente, oito empresas arrecadarão R$ 20 mil para ajudar o
São José. São elas a Cooper (Cooperativa de Laticínios de São José
dos Campos), a CenterVale Promoções, a Empresa de Ônibus São
Bento, o Hospital Policlin, a Hudson Brasileira de Petróleo, a Sergio
Porto Engenharia, a Construtora
Serramar e a Socicam.
O chefe de gabinete da prefeitura, Eduardo Cury, disse que mais
empresários já se comprometeram
a contribuir com a campanha, mas
não soube revelar os nomes e o número de investidores.
Santiago, por sua vez, ressaltou
que esse apoio ainda "não se materializou" em dinheiro.
Santiago também está buscando
uma solução jurídica para impedir
que as próximas rendas sejam penhoradas.
Ele alega que o dinheiro não pertence ao São José, mas sim à FPF, e
por isso considera a apropriação
indébita.
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