São José dos Campos, Sexta, 29 de janeiro de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL
Presidente do clube, Cláudio Santiago, já pensa em pedir ajuda ao prefeito prevendo uma série de execuções de dívidas trabalhistas
Penhora ameaça "paz" do S. José no Paulista

KLÉBER WERNECK
free-lance para a Folha Vale

O presidente do São José, Cláudio Santiago, vai recorrer novamente ao prefeito Emanuel Fernandes (PSDB) para garantir a continuidade da equipe na disputa do Paulistão-99.
Ele está prevendo um "tormento" a cada jogo do São José no Martins Pereira devido à possibilidade de penhora das rendas pelas dívidas trabalhistas.
O clube tem 48 horas de prazo após cada partida em casa para ressarcir a FPF (Federação Paulista de Futebol) caso aconteçam novas penhoras, como a de anteontem, contra o Ituano, que foi levada por um oficial de Justiça devido a uma dívida com o técnico Cabralzinho.
As rendas pertencem à FPF, que paga cotas de R$ 120 mil aos clubes por mando de jogo.
A quantia relativa ao jogo contra o Ituano já foi depositada na FPF, segundo garantiu Santiago. Ele não revelou os valores e a fonte do dinheiro.
O São José, no entanto, está envolvido em pelo menos mais dez ações civis e 56 trabalhistas e corre o risco de sofrer novas investidas de oficiais de Justiça nos próximos jogos realizados no Martins Pereira. "Se todas as pessoas resolverem fazer isso, vamos à falência", disse o presidente.
O setor de tesouraria da FPF também informou que o valor não pode ser debitado das cotas em caso de penhora, porque a entidade não quer envolvimento em problemas judiciais.
Sobre as cotas, Santiago alegou que o São José não tem mais direito na FPF. "O São José não tem mais cota na FPF", afirmou.
Assim, o presidente do São José pretende se reunir com o prefeito nos próximos dias para expor a situação do clube. Emanuel está de férias e deve retornar às atividades na segunda-feira.
A idéia de Santiago é pedir o auxílio do prefeito para conseguir uma nova arrecadação por meio da campanha SOS São José, que foi lançada para cobrir o rombo financeiro do clube.
"Não temos dinheiro para saldar as dívidas agora, mas temos como negociá-las para depois pagar", afirmou.
Inicialmente, oito empresas arrecadarão R$ 20 mil para ajudar o São José. São elas a Cooper (Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos), a CenterVale Promoções, a Empresa de Ônibus São Bento, o Hospital Policlin, a Hudson Brasileira de Petróleo, a Sergio Porto Engenharia, a Construtora Serramar e a Socicam.
O chefe de gabinete da prefeitura, Eduardo Cury, disse que mais empresários já se comprometeram a contribuir com a campanha, mas não soube revelar os nomes e o número de investidores.
Santiago, por sua vez, ressaltou que esse apoio ainda "não se materializou" em dinheiro.
Santiago também está buscando uma solução jurídica para impedir que as próximas rendas sejam penhoradas.
Ele alega que o dinheiro não pertence ao São José, mas sim à FPF, e por isso considera a apropriação indébita.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.