São José dos Campos, Quarta-feira, 29 de Setembro de 1999

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POLÍTICA
Além de saúde e educação, prefeito cita a pavimentação de bairros da periferia como investimento social
"Social" é prioridade em ano de eleição

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
da Folha Vale

O prefeito de São José dos Campos, Emanuel Fernandes (PSDB), envia amanhã à Câmara o projeto do Orçamento do próximo ano com a previsão de receita de R$ 440,8 milhões, 14% mais que no ano passado, ganho que o prefeito disse pretender reverter à área social, mote do discurso oficial para o ano das eleições.
A Secretaria Municipal da Fazenda projetou crescimento de 4% na economia, inflação de 6% e aumento de 5,32% na arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), item que representa 48,6% da receita.
Emanuel conta ainda com outras fontes de recursos, como R$ 3 milhões de financiamento internacional para programas de desfavelização e pelo menos R$ 6 milhões com a venda de imóveis.
A educação, com R$ 117,8 milhões, e a saúde, com R$ 100,4 milhões, ficam com a maior parcela das despesas.
Os gastos com obras que envolvem todas as secretarias devem ficar entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões, valores que ainda não foram definidos.
O total investido em obras chegou a R$ 19,7 milhões em 98. Neste ano, foram aplicados R$ 14 milhões até agosto.
Ao expor os números preliminares, ontem à tarde, o prefeito afirmou que vai priorizar investimentos na área social.
Emanuel citou como exemplo de investimentos sociais, além de saúde e educação, a pavimentação de bairros da periferia.
O prefeito tucano quer urbanizar a zona sul, ampliar o programa de desfavelização, concluir a quinta etapa do anel viário e o corredor viário da zona leste.
O prefeito também afirmou que vai destinar verbas para a reforma de escolas e a construção de creches -a prefeitura foi obrigada pela Justiça a criar pelo menos 2.800 vagas para as crianças.
Outras prioridades são a contratação de servidores -hoje são cerca de 8.000 em toda a prefeitura- para a Secretaria da Saúde e a Guarda Municipal.
Esses dois setores, segundo o prefeito, vêm apresentando um número elevado de horas extras, o que estaria onerando a folha.
Um setor que deve perder dinheiro é a Fundação Cultural, que ficou com R$ 4,4 milhões, ou seja, R$ 100 mil a menos que o previsto para este ano.

Política
Pouco antes de falar à imprensa, o prefeito havia reunido a bancada governista na Câmara, segundo ele próprio, para "dar os ajustes finais" ao projeto.
A influência da bancada governista se dá, de acordo com o líder do prefeito na Câmara, Walter Hayashi (PSB), pelo fato de os vereadores estarem em contato direto com a população.
"A oposição sempre tenta colocar que nosso governo não é social. Decidi mostrar que estamos conduzindo um processo de inclusão social", afirmou Walter Hayashi.
Como exemplo, Emanuel citou que, em bairros da zona sul, ""as crianças andam com o calçado na mão e querem asfalto", para frisar a necessidade de investimentos na pavimentação.
Um dos motes das diretrizes do Orçamento é o PSI-Sul (Programa Social de Inclusão da Região Sul), onde moram 200 mil pessoas, cerca de 40% da população de São José dos Campos.
O programa prevê obras de asfalto e galerias nos bairros D. Pedro 1º, D. Pedro 2º e Campo dos Alemães, a um custo estimado de R$ 5 milhões.
Até o final do próximo ano, de acordo com Emanuel, a prefeitura vai tirar 800 famílias de favelas.


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