São José dos Campos, Sexta-feira, 29 de Setembro de 2000 |
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ELEIÇÕES 2000 PT recorre ao TRE e advogado informa ter conseguido cassar liberação de campanha no dia do pleito Justiça autoriza boca-de-urna em S. José
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO EDITOR DA FOLHA VALE A Justiça Eleitoral de São José dos Campos autorizou ontem a realização da boca-de-urna no domingo, dia das eleições municipais. A decisão, tomada pelos quatro juízes eleitorais de São José, foi anunciada ontem em uma reunião com os representantes dos partidos. A decisão, aprovada pela maioria dos partidos, foi contestada pela coligação "São José Mais Humana", que apóia a candidata do PT à prefeitura. A coligação entrou com um recurso contra a decisão no TRE (Tribunal Regional Eleitoral), alegando que os partidos com mais dinheiro poderão contratar cabos eleitorais e levar vantagem. Por volta das 22h30 de ontem, o advogado do PT, Wladimir Ribeiro, informou ter conseguido cassar a decisão no órgão, mas não apresentou cópia da sentença. No tribunal, não havia ninguém que pudesse confirmar a informação. O juiz Theodureto de Almeida Camargo Neto afirmou que os cabos eleitorais poderão distribuir "santinhos" e brindes a partir de 100 metros dos locais de votação. Só serão proibidas aglomerações, comícios, carreatas e manifestações "exageradas". Os fiscais dos partidos também poderão trabalhar nas seções usando camisetas das legendas e das coligações. A Polícia Militar e a Polícia Civil, de acordo com o juiz, estão orientadas a dispersar as aglomerações. Também está proibido o uso de telefones celulares nos locais de votação. Segundo o juiz, a decisão foi tomada em razão da tranquilidade da campanha em São José dos Campos. "A intenção é não criar um clima de confronto entre a polícia e os militantes. A lei permite várias interpretações. Não acredito que a boca-de-urna seja crime", disse o juiz. A eleição majoritária está polarizada entre o atual prefeito, Emanuel Fernandes (PSDB), que segundo o Datafolha tem 45% das intenções de voto, e a deputada federal Angela Guadagnin (PT), que aparece com 37%. Em 1996, a boca-de-urna foi proibida, e a Justiça Eleitoral suspendeu a distribuição de panfletos e o uso de camisetas de partidos nas proximidades dos locais de votação. Fiscalização Apesar da fiscalização e do compromisso dos partidos e candidatos, 15 pessoas foram detidas pela Polícia Militar em São José por transgressão à lei. A PM decide hoje o número de policiais que vão integrar a "Operação Eleição". Segundo o tenente-coronel Celso Camargo, a operação contra a boca-de-urna vai se concentrar em pontos com o maior número de pessoas, como a escola estadual João Cursino, que possui cerca de 11 mil eleitores. Colaborou Keila Ribeiro, da Folha Vale Próximo Texto: PSDB e PT têm divergência Índice |
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