KLÉBER WERNECK
free-lance para a Folha

Pela primeira vez um piloto brasileiro vai guiar um caminhão no Paris-Dakar, o mais importante rali disputado no mundo, sempre com início em janeiro.
O joseense André Azevedo desembarca hoje no Brasil, após uma semana na República Tcheca, onde acertou sua participação em um caminhão da montadora Trata.
Azevedo vai competir em um modelo T 815, com potência de 570 hp (cavalos de força) e 19 mil cc (cilindradas), de 12 toneladas. O modelo é o mesmo que venceu a competição do ano passado.
Seu companheiro será o piloto tcheco Tomas Tomeck, que fez parte da equipe campeã.
O brasileiro ficou empolgado com os testes realizados durante a semana passada na Europa. Azevedo dirigiu durante cinco dias o caminhão, percorrendo aproximadamente 700 quilômetros.
Ele afirmou ter sentido alguma dificuldade na adaptação ao veículo, principalmente sobre as 12 marchas, mas aprovou a experiência. "Fizemos alguns treinos, principalmente no que se refere à parte mecânica, e acho que podemos fazer um bom papel", disse.
Azevedo também afirmou que enfrentou algumas dificuldades geopolíticas em sua preparação na República Tcheca. "É um país que teve regime comunista e, na zona rural, onde treinávamos, houve reforma agrária. As propriedades lá não podem superar 250 hectares e algumas delas não permitiam nossa entrada."
A dupla tcheco-brasileira ainda procura um navegador, que pode ser mais um brasileiro, segundo Azevedo. "Tudo vai depender do patrocínio", disse o piloto.
Ao contrário dos carros, em que as equipes participam com um piloto e um navegador, nos caminhões há dois pilotos se revezando, além de um navegador.
O custo total da participação do caminhão será de US$ 350 mil, dos quais 50% serão pagos pela equipe de Azevedo, a Lubrax/Letka.
Além dele, a equipe contará com um carro, que terá Kléver Kolberg e um piloto francês, e uma moto, com o piloto Juca Bala.



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