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HABITAÇÃO
Municípios do Vale e litoral norte receberam R$ 35,9 mi em três anos da CDHU, e São José foi maior beneficiada
São José "esquece" R$ 15 mi para moradia
ELIANE MENDONÇA
DA FOLHA VALE
A Prefeitura de São José dos
Campos recebeu nos últimos três
anos repasses do governo do Estado no valor total de R$ 15,5 milhões para a construção de moradias populares. O dinheiro, no entanto, não foi aplicado no setor de
habitação na cidade.
São José foi a cidade do Vale do
Paraíba que recebeu maior volume de recursos. Para toda a região, foram destinados R$ 35,9
milhões no período.
De acordo com a lei fiscal vigente no Estado, 1% do total de ICMS
(Imposto sobre a Circulação de
Mercadorias e Serviços) arrecadado deve ser destinado à política
habitacional. A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) fica com 0,75%
do total e as prefeituras ficam com
0,25%, proporcional à participação do município na arrecadação.
A Secretaria de Estado da Fazenda realizou um levantamento
com os valores dos repasses.
Com o montante destinado a
São José seria possível construir,
por exemplo, cerca de 3.400 casas
populares pelo sistema de mutirão, já que habitações desse tipo
custam cerca de R$ 4.500.
Segundo o vice-prefeito Riugi
Kojima (PSB), que ocupou a Secretaria de Obras na administração passada, apenas 730 unidades
foram construídas no período
com verbas da CDHU -200 no
bairro São Judas Tadeu, 450 no
Campo dos Alemães e 80 na desfavelização da Santa Cruz.
Kojima disse desconhecer a necessidade da aplicação desse percentual em moradias. "Nós entramos somente com a doação da
área e a implantação da infra-estrutura, como pavimentação e galerias de águas pluviais."
Kojima informou ainda acreditar que o valor investido pelo município em obras tenha se aproximado do total repassado já que,
além da construção de moradias,
a legislação também permitiria
que o repasse vá para obras de infra-estrutura ou na aquisição de
novas áreas para habitações.
Segundo o gerente regional da
CDHU no Vale do Paraíba e litoral norte, João Maroun Bouéri
Neto, muitos municípios nem
têm conhecimento da existência
de uma verba específica para investimentos em habitação.
"Isso acontece porque o valor
vem incluído no bolo do ICMS,
repassado semanalmente, sem
nenhuma especificação", disse.
O presidente da Fundação Pró-Lar de Jacareí (com status de Secretaria de Obras), Edson Mega
de Miranda, afirmou ter conhecimento de que o repasse do ICMS
incluía a verba para a habitação.
"Fui alertado pelo meu antecessor, na época da transição do governo", declarou.
O prefeito de São Sebastião,
Paulo Julião (PSDB), disse só ter
conhecimento de um conjunto
habitacional que está em construção no bairro de Boiçucanga, na
costa sul. "Mas são apenas 200
unidades. Vou verificar."
Os prefeitos dos demais municípios não foram localizados no final da tarde de ontem pela Folha
para comentar o assunto.
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