Duelo oriental

O sensor de estacionamento, as lanternas traseiras em LED e o painel central com acabamento "black piano" (preto brilhante) são as pitadas de luxo que temperam o JAC J5. Os diferenciais do sedã médio chinês são parte da estratégia da marca para entrar numa disputa difícil, a do segmento de sedãs médios no Brasil.

Ao menos é o que sugere a nova tabela de preço dos dois carros, atualizada por conta do desconto temporário do IPI.

A versão de entrada do J5 agora parte de R$ 49.990, enquanto a do Cerato beira os

R$ 52,8 mil -diferença de 5%.

Nessa configuração, a oferta de equipamentos é similar. Mas o JAC leva pequena vantagem por oferecer freios ABS e ar-condicionado digital com saída extra para os três passageiros do banco traseiro.

Daí em diante é o modelo da Kia que mais se esforça para agradar. Começando pelo desempenho e pelo comportamento dinâmico do veículo, tanto no trânsito urbano quanto no rodoviário.

Mérito principalmente da dupla formada pelo câmbio manual de seis marchas e pelo motor 1.6 (de 126 cv), que em 2013 passará a ser flex.

Ajustes de altura do banco e do volante ajudam o motorista a encontrar uma posição agradável para dirigir. Nota-se, entretanto, que o acerto rígido dos amortecedores e os pneus 215/45 R17 (opcionais) foram pensados para quem valoriza mais a esportividade do que o conforto.

ESPAÇOSO

Para quem prefere um rodar suave, melhor optar pelo sedã chinês, que traz suspensão traseira independente, tecnicamente mais sofisticada que a com eixo de torção tradicional.

Mesmo assim, não dá para abusar do J5. A carroceria longa (4,59 m, maior que a de um Honda Civic, por exemplo) tende a pender em curvas de alta velocidade -ainda que o importador tenha pedido para que o fabricante minimizasse essa característica nos modelos exportados para o Brasil.

O motor 1.5 também recebeu alterações, mas os 125 cv só aparecem quando o conta-giros marca 6.000 rpm.

Na prática, o JAC demora para embalar. São 14,6s para levá-lo da inércia a 100 km/h. Tempo semelhante ao do VW Gol 1.0, porém com consumo bem mais alto: 10,1 km/l de gasolina na cidade, apontou o teste Folha-Mauá.

Já o visual sedutor de carro italiano e a cabine espaçosa do J5 valorizam o carro -que merecia um interior mais bem acabado, vale registrar.

Com esses predicados, o J5 acaba brigando mesmo é com os sedãs compactos "espichados", como o Chevrolet Cobalt LTZ 1.4 (R$ 43,9 mil).