Empresas usam estoque, previsto para acabar no fim do mês, para não repassar alta de 1,5% com volta do IPI

FELIPE NÓBREGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Animadas com as vendas recordes do mercado no mês de setembro -308.760 unidades-, importadoras decidiram manter os preços de alguns modelos mesmo após o primeiro aumento do IPI, que encarece os veículos com motor abaixo de 2.0 litros em até 1,5%.
Entre as marcas que adotaram a estratégia estão Audi, Mercedes, BMW e Kia. A principal razão para a manutenção dos preços são os estoques, que devem durar até o final do mês, quando o governo anunciará um novo reajuste, de mais 2%.
Com cerca de 200 carros faturados antecipadamente para fugir do tributo extra, a Audi diz que conseguirá manter os preços até o fim do lote, que corresponde a cerca de quatro semanas de vendas.
Já a BMW manteve apenas a tabela do hatch 118i, o mais barato da marca -R$ 95 mil. "Ele foi lançado recentemente com enfoque no preço, não poderíamos mexer nele", conta Marlene Belei, gerente da EuroBike.

Mercedes e Kia
A Mercedes também preferiu manter seu produto de entrada abaixo da barreira psicológica dos R$ 100 mil. A minivan B180 continua sendo comercializada por R$ 98 mil.
A empresa não sabe quando vai atualizar a tabela dos outros modelos beneficiados com a redução do IPI, como o sedã Classe C e o esportivo SLK.
Na Kia, apenas lançamentos como o Soul e o Cerato foram reajustados. Custando na faixa de R$ 50 mil, seus aumentos não superam os R$ 800.
Para especialistas, a estratégia de manter preços funciona como estímulo, mesmo que o comprador de importados seja menos sensível aos repasses.

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