Mecânicos pedem revisão antecipada do sistema de alimentação do motor para evitar queima

ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Carros "flex" abastecidos constantemente com álcool devem fazer revisão do sistema de alimentação do motor antes do prazo de 20 mil quilômetros indicado por fabricantes, para evitar a queima prematura da bomba de combustível.
A bomba é um componente elétrico do sistema de injeção eletrônica e fica mergulhada no tanque. Sua função é levar o combustível ao motor.
Ela pode queimar porque as impurezas do álcool entopem os filtros. Uma nova instalada custa de R$ 400 a R$ 2.000.
Para Vilmar Betarello, chefe da divisão de reposição automotiva da Bosch, em condições normais, a peça dura 100 mil km. "Isso não ocorre pela qualidade do combustível e por descuido do dono do carro."
"Já diagnostiquei carros que apresentaram o desgaste após 7.000 km", aponta o mecânico Silvio Cândido, da oficina Peghasus.
Uma pesquisa da Gipa do Brasil (Grupo Interprofissional de Produtos e Serviços do Automóvel) mostra que carros de menor quilometragem têm alta taxa de troca da bomba de combustível. Entre os 6% de automóveis que rodam no país e têm menos de 25.000 quilômetros, 2% trocaram a bomba.
Parar por pane seca pode danificar o componente elétrico, já que ele é refrigerado pelo próprio combustível.

Troca antecipada
Trocar o filtro de combustível -que custa R$ 20- evita a queima da bomba, diz César Samos, da Mecânica do Gato.
O pré-filtro (R$ 10), que antecede a bomba, também deve ser substituído -ambos a cada 20 mil quilômetros, segundo Betarello. Os mecânicos recomendam fazê-lo a cada 10 mil quilômetros.
"Aos primeiros ruídos procedentes do motor da bomba de combustível, leve o carro ao mecânico", avisa Samos.
A bomba do Honda Fit da administradora Pricilla Takemiya durou 12 mil quilômetros. Já a do Renault Clio novo da fonoaudióloga Fabiana Almeida foi trocada após três dias de uso do carro, por problemas de montagem. "Ficou na oficina esperando a peça por um mês."


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