São Paulo, Domingo, 05 de Dezembro de 1999


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Marca espanhola, que pertence à Volkswagen, lança linha 2000 do Ibiza, do Cordoba e da Cordoba Vario
Novos Seat mostram o que a linha Gol deveria ser

Divulgação
Acima, o Ibiza exibe desenho inspirado no do Alfa 145; abaixo, o sedã Cordoba recebeu um dos motores do Golf


GUSTAVO HENRIQUE RUFFO
enviado especial a Recife

Se você comprou um Gol, evite o novo Seat Ibiza, lançado na semana passada, em Recife. Se testá-lo, é provável que se arrependa de sua compra. O Ibiza e a linha de carros derivada dele são o que a do Gol devia ser há muito tempo, mas não é por causa do sucesso de vendas.
A acomodação da Volkswagen, do qual a Kombi é o emblema máximo, evita que ela mexa em seus carros enquanto eles não estiverem perdendo terreno.
Não fosse isso, o Gol, campeão de vendas nos últimos anos, já teria sido substituído pelo Polo, carro pequeno da VW na Europa, muito mais moderno e bem resolvido, do qual o Ibiza é derivado.
O modelo trazido ao Brasil está equipado com o motor 1.6 que impulsiona o Golf mais barato, bem como os novos Cordoba e Cordoba Vario (perua), apresentados na mesma ocasião.
Havia a expectativa de que fossem mostrados também os modelos com o motor 1.0 16V do Gol (só Ibiza e Cordoba), mas eles só chegam em março de 2000.
Se no Golf, que pesa 1.117 kg, esse motor 1.6 é apenas razoável, no Ibiza (1.079 kg) confere bom desempenho. Só o peso a menos, porém, não explica o melhor comportamento, devido também ao escalonamento de marchas.
Ele é responsável pelas respostas rápidas do carro em primeira marcha, conferindo agilidade no trânsito, e pela velocidade final -segundo a Seat, é de 188 km/h. Pouco mais pesado que o Ibiza, o Cordoba apresenta desempenho sensivelmente pior.
A Vario, mais pesada que ambos, com traseira antiga e menor capacidade de carga do que o sedã, chega ao mercado com poucas chances de emplacar.

Desenho melhor
O Ibiza recebeu desenho mais agradável do que o do carro que o originou. Em relação ao modelo anterior, ganhou conjuntos ópticos dianteiros e traseiros de maior personalidade, diferenciando-o do Polo (carro que emprestou seus faróis ao antigo Ibiza).
A linha Seat traz acabamento semelhante ao do Golf. A boa ergonomia é garantida por comandos elétricos dos vidros dianteiros, retrovisores e travas das portas no apoio de braço da porta do motorista, mas tropeça no que diz respeito ao comando elétrico dos vidros traseiros, com botões entre o painel central e o câmbio.
Há regulagem de altura do volante e do banco. O volante fica bem no centro -no Gol, ele é muito deslocado para a direita. Passageiros e motoristas altos não precisam brigar por espaço para a cabeça e as pernas. Encosto e assento do carro são bipartidos; outros carros têm assento inteiriço.
Os pontos fracos do carro são porta-malas, porta-luvas, retrovisor direito e preço. Os três primeiros são pequenos para suas aplicações, enquanto o último é alto demais: R$ 25.616, para começar.
O Ibiza completo será vendido por R$ 32.056, pouco menos do que o preço de um Golf 2.0 equipado com todos os opcionais, menos câmbio automático.
Feito no Brasil, poderia custar o mesmo que um Gol 1.6, ou quase R$ 2.000 a menos, nas versões básicas. O consumidor brasileiro merecia um carro assim a um preço que pudesse pagar.


Gustavo Henrique Ruffo viajou a convite da Seat do Brasil


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