São Paulo, domingo, 05 de dezembro de 2010

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Parque da Ferrari foca em F-1, e não em carros

Em Abu Dhabi, maioria das atrações remetem ao automobilismo desde 1950

Esportivos históricos, como Ferrari 250 GTO e F50, não estão no mini-museu; Alonso aparece mais do que Massa

FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A ABU DHABI

Quando a Ferrari anunciou que faria um parque temático, há dois anos, muitos estranharam. Primeiro porque a fábrica estava em meio a crise econômica e não podia gastar com "futilidades".
Segundo porque o complexo não seria em Maranello (Itália), mas nos Emirados Árabes. Só um xeique do petróleo poderia construir um parque "indoor" de 550 mil m2 no deserto de Abu Dhabi.
A quilômetros dali dá para ver o manto vermelho que recobre o parque, com o maior logo da Ferrari já construído.
De perto também impressiona. Impressiona o fato de a Ferrari apostar mais no mito criado em torno da Fórmula 1 do que nos próprios carros de rua. Motivo? A Ferrari foi a única escuderia que participou de todos os campeonatos de F-1 desde 1950.
Por isso, traz a montanha-russa mais rápida do mundo. Vai de 0 a 240 km/h em 5s.
É o que há de melhor em entretenimento no parque, mas sem "looping". "Se um Fórmula 1 estiver de cabeça para baixo, há algo de errado", brinca Andy Keeling, gerente do Ferrari World.
Outras atrações, como a Fiorano GT (montanha-russa que simula racha entre duas F430 Spider) e a G-Force (uma torre despenca de 62 m), fariam feio nos parques da Disney da década de 80.

SIMULADOR DE F-1
A Scuderia Challenge, porém, compensa. Há oito simuladores gratuitos da 458 Italia. Melhor ainda é o de F-1, o mesmo usado por Felipe Massa. Por 75 dirhams (R$ 35), é o mais perto que se chega do circuito de Yas Marina, pista que fica ao lado do parque, mas fechada.
O aspirante a piloto senta realmente em um cockpit de corrida -que mexe de verdade- e usa até aquele volante com uma dúzia de botões para guiar o carro virtual.
Ao lado do simulador, montou-se um "motorhome" da Ferrari idêntico ao usado nas corridas. São dois caminhões enormes que fazem as vezes de escritório chique.
Para quem gosta de carro (e já está pelas bandas dos Emirados Árabes), vale uma visita. Mas, por 225 dirhams (R$ 105), o fã da Ferrari merecia ver mais carros históricos, como 250 GTO, Dino e F50.
"Ampliar a Galleria Ferrari é uma das metas para o ano que vem", promete Keeling.
Por enquanto, os destaques são "apenas" a 166 MM (1948), a 275 GTB/4 (1966), a Testarossa (1990) e a F40 (1990). Há também uma 212 Export (1951) -esta, realmente uma relíquia. Numa era em que Enzo nem imaginava a importância que a Ferrari ganharia no mundo.

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