São Paulo, domingo, 06 de janeiro de 2008

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Teste folha-mauá

Logan apela para a razão e derrota Corsa e Siena

Agora com motor 1.6 8V, Renault é mais barato e espaçoso que rivais

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS

Se você não se importa com as últimas tendências de design e acredita que a função dos carros seja só transportá-lo com mais conforto que os ônibus, o Renault Logan é seu carro.
Ele faz parte da fatia de mercado que mais cresceu em 2007. Segundo dados da agência AutoInforme, de janeiro a outubro, o segmento de sedãs compactos cresceu 57,3%, enquanto o mercado comemorava um aumento de 28,8%.
A colaboração das montadoras foi grande. O Logan de dois parágrafos atrás tem oito válvulas -havia sido lançado em junho apenas com o dobro delas. Atrás da nova grade do Chevrolet Corsa Sedan está o propulsor 1.4, e o Fiat Siena passou por um banho de loja.
A Renault fez bem em tirar do arquivo o motor 1.6, usado no Clio em 1999 e em 2000. Agora bicombustível, gera até 95 cv. Com 10 cv a mais, o Corsa não consegue ser mais rápido que o Logan na pista de teste. E o Siena, que ganhou 5 cv com a reestilização, fica na lanterna: só não foi o último em 2 das 9 retomadas de velocidade.
Além disso, o Logan faz o motorista se sentir um rei tamanho o espaço interno. Ele pode ser traduzido pela medida entreeixos: no Renault, ela é de 2,63 m. O Corsa oferece 2,49 m, e o Siena -na lanterna outra vez- tem 2,37 m.
Por outro lado, o Logan trata o motorista como um plebeu. O preço inicial é de R$ 31.840 e não dá direito a nada. É preciso promover um encontro dos dedos com os retrovisores para ajustá-los, além de acionar o limpador de pára-brisas toda vez que jogar água neles.
A ergonomia também parece ter sido esquecida: o botão do ar-condicionado esconde o desenho com a direção do vento, e o controle do retrovisor elétrico fica debaixo do freio de mão. O banco da unidade testada pela Folha, com pouco mais de 4.000 km, rangia.
O Siena, por sua vez, prova que é feito para quem se preocupa com imagem. Custa R$ 36,6 mil e traz computador de bordo, comando interno de abertura do porta-malas e volante com regulagem em altura, mas cobra por direção hidráulica e companhia.
O Corsa custa R$ 33.786 e tampouco oferece os itens de conforto mais desejados.

Manutenção
Se não bastasse ser o mais caro quando novo, o Siena é também o que mais fará o motorista gastar quando sofrer um acidente. Melhor mesmo ajoelhar e rezar para são Cristóvão.
O Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária) bateu todos e fez um ranking, levando em conta a facilidade e o custo do reparo. O Logan ficou 17 pontos à frente do Siena, que teve 30 pontos contra 18 do Corsa Sedan e 13 do Logan.
Depois de economizar tanto, o motorista até pode, sem reclamar, gastar um pouco a mais no posto. Na cidade, o Corsa e o Siena rodam 1,6 km a mais com um litro de gasolina.

Os carros foram cedidos para teste pelas montadoras


INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA www.maua.br
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