São Paulo, domingo, 06 de maio de 2007

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Feira de automóvel antigo atrai novos fãs

Em Águas de Lindóia, maior encontro de colecionadores do país reúne 300 mil pessoas, 20% a mais que em 2006

FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A ÁGUAS DE LINDÓIA

Qual é a diferença entre um carro velho e um antigo? O início de uma grande inimizade entre um colecionador de carros e um leigo pode ser chamar um tipo pelo nome do outro.
Entre os entusiastas do antigomobilismo, diz-se que o carro velho é aquele caindo aos pedaços, quase sem recuperação. Já o antigo, apesar de ter mais de 30 anos, está conservado e tem histórias para contar.
Mas como eleger o melhor carro antigo do Brasil? Fábio Steinbruch, autor do livro "Alguns Aspectos da História do Automóvel no Brasil", diz que o importante é o carro ter uma aparência impecável, além de peças originais ou condizentes com o ano de fabricação.
"Também julgamos o quão raro o carro é. Um Willys Itamaraty 1967, que só teve produzidas 25 unidades, em bom estado é muito valorizado", exemplifica Steinbruch.
Ele foi jurado na categoria de carros nacionais do 12º Encontro Paulista de Autos Antigos, em Águas de Lindóia (SP), que terminou na terça-feira.
Segundo o organizador, Nilson Carratú, os leigos em carros antigos, em geral, preferem os mais chamativos, que nem sempre são os mais originais ou bem restaurados da coleção.
"Esse ano, cerca de 40% das inscrições foram de novos colecionadores", afirma Carratú.
Ele comemora o crescimento de 20% em público e inscrições no evento paulista, se comparado com a edição de 2006.
"Segundo a prefeitura de Águas de Lindóia, cerca de 300 mil pessoas estiveram na cidade e viram os 700 carros."
Entre eles, nenhum foi tão prestigiado quanto o Rolls-Royce Phantom I Roadster 1927, indicado por um júri com 30 conhecedores para receber o troféu The Best in Show.
Carratú afirma que é difícil calcular o preço de um carro desses, mas as cifras podem passar de R$ 300 mil.

Primeiro antigo
Os carros nacionais, que, para Carratú, são os responsáveis pelo crescimento dos eventos de carros antigos, são mais baratos. Dodge Charger, Chevrolet Opala, Puma e Volkswagen Fusca -os mais procurados- variam de R$ 2.000 a R$ 50 mil (valor de um VW Golf novo).
Para Henrique Thielmann, presidente da FBVA (Federação Brasileira de Veículos Antigos), o iniciante deve superar a tentação de comprar um antigo importado, até em bom estado.
"É melhor optar por um nacional restaurado e, depois, freqüentar os encontros de antigos. Se, com isso, o dono tiver certeza do hobby, aí deve investir em carros caros", conta.

Peças
"Hoje, já é possível comprar, no Brasil, desde porcas até estamparias completas de antigos. Há peças da década de 20 à de 70", afirma Denise Amaral Felisoni, organizadora da feira de peças do encontro paulista.
Para Steinbruch, esse mercado está inflacionado. "Há cinco anos, as peças eram mais baratas, mas era preciso "garimpar" nos ferros-velhos. Hoje, elas são mais acessíveis, mas caras."
Thielmann diz que o governo vê o antigomobilismo só como hobby, não como cultura, como acontece nos EUA e na Europa.
No Brasil, a Secretaria da Receita Federal permite a importação de peças usadas no valor de até US$ 3.000. Também é preciso pagar o Imposto de Importação, que é de 60% do total.

ONDE ENCONTRAR PEÇAS



Mineirão (0/xx/19/3845-2286)
www.minpe.com.br

Silva Parts (0/xx/11/3965-9200)
www.silvaparts.com.br

Atlas (0/xx/11/3331-7771)

Salim (0/xx/16/3965-1940)

Helios (0/xx/11/6521-2255)

Hélio Herbert (0/xx/11/4173-3383)


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