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São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2003

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QUEBRADEIRA

Para representantes de associação dos profissionais, estratégias das montadoras geram alguns dos problemas

Mecânicos revelam as panes mais comuns

ROSANGELA DE MOURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Com o relato de alguns sintomas, os mecânicos nem precisam abrir a tampa do capô do carro para saber qual é o defeito do modelo. A Folha procurou 20 mecânicos particulares, que revelam os casos que mais chegam às suas oficinas e contam como solucionaram cada um deles.
Os profissionais fazem parte de uma associação que discute os casos, troca informações e procura soluções. "Do mesmo modo que há o Mercosul e a União Européia, criamos associações para ficarmos mais ativos no mercado competitivo", diz Antônio Gaspar de Oliveira, consultor técnico do Sindirepa (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo).
Um dos casos comuns relatados pelos mecânicos afetou o microempresário Hamilton da Silva, 44, que sofreu dois anos com seu Fiat Palio 1.0 16V. O veículo tinha pane no sistema elétrico.
Sérgio Martins, dono da Ipiranga Elétrica, conta que os Palio que têm vários equipamentos originais, como ar-condicionado e vidros elétricos, consomem mais, e o alternador não consegue suprir a carga necessária. ""É comum trocarem a bateria e o alternador, mas é preciso aumentar a grossura do cabo que liga os dois."

Ar-condicionado
Outra unanimidade entre os mecânicos consultados é o problema de entupimento do corpo da borboleta. As montadoras prorrogaram a primeira revisão para 20 mil quilômetros, o que ajuda a carbonização do motor.
O mecânico Paulo Corradi Júnior diz que, em carros que rodam mais na cidade, o óleo sintético fica preto. O sensor de temperatura cria uma crosta de carbono, o que prejudica as medições. Assim, o sensor manda informações erradas para o módulo central da injeção eletrônica.
O motor começa a oscilar: fica acelerado ou morre. ""É de suma importância que o motorista não caia no marketing das montadoras e cheque o óleo a cada 5.000 quilômetros", diz Corradi.
Outro problema comum ocorre no ar-condicionado. "O filtro de ar fica saturado, e o fluxo [da ventilação] diminui, aquecendo a cabine", afirma Rodrigo Mizukami, da Nissei. Em geral, os motoristas desconhecem esse filtro, que custa R$ 60 instalado.



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