São Paulo, domingo, 10 de maio de 2009

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A VOLTA DOS PEQUENOS

Isetta parece um frigobar, e smart, uma caixa de isopor

Porta do BMW é dianteira e sustenta o volante; no fortwo conversível, teto de lona tem comando elétrico

DA REPORTAGEM LOCAL

O que mais um fabricante italiano de motos e de geladeiras nos anos 50 poderia inventar se não o Isetta? Com apenas 1,35 m de altura e uma única porta na dianteira, o carrinho parece um frigobar ambulante.
Essa impressão, porém, muda quando você ouve o motor de 300 cm3 funcionando. Aí a certeza é a de que se está à frente de um moedor de cana.
Acomodar-se na cabine em forma de ovo é mais inusitado. Melhor entrar de costas e ir abaixando a cabeça conforme o corpo se aproxima do banco.
Depois de sentado, você precisa esticar o braço para trancar a porta ou o motorista deve puxar o volante que fica preso nela. No canto, há um velocímetro limitado a 100 km/h. E nem adianta procurar o marcador de combustível porque não era um item comum na época.
"Repare que todo Isetta tem teto solar. Era para sair por cima em caso de emergência", explica Américo Salomão, dono da BMW alemã ano 1959 avaliada pela Folha.
É por cima também que seus motoristas passam o dinheiro do pedágio, já que a versão "bubble car" (bolha) só dispõe de quebra-vento lateral.
Coqueluche também no Brasil, o Isetta era revolucionário para o trânsito urbano. Mas, sem os incentivos fiscais que o presidente Juscelino Kubitschek dava aos carros com pelo menos duas portas, o Isetta nacional era cerca de 60% mais caro que o Fusca, por exemplo.
Talvez por isso só 3.300 Romi-Isetta tenham sido fabricados no país entre 1956 e 1961.
Como o smart, o Isetta espalha sorrisos. Baixinho, dá para entender por que o apelidaram de "bola de futebol do Fenemê" (um caminhão da época).
Salomão também conta que não inveja o amigo que tem uma Ferrari. "Propus estacionarmos os dois carros em frente a uma padaria para ver qual seria mais fotografado, mas ele não topou o desafio", brinca.

Réplica
Hoje, um Isetta em bom estado vale mais que um smart for- two novo, calcula Salomão.
Quem não quiser pagar além de R$ 65 mil pode, desde o começo do ano, comprar uma réplica do carrinho cinquentão por R$ 25 mil. Vem com freio a disco e motor de quadriciclo, informa o fabricante (www.replicadeisetta.com.br).
São modificações que visam sanar percalços da versão original, que, de tão "temperamental", vinha com um manual parecido com um guia mecânico. O livreto ainda sugeria estacionar com a porta para a calçada.
E quem quiser ver o Isetta de perto pode ir ao encontro de minicarros antigos, que acontece terça-feira às 19h no Sambódromo (av. Olavo Fontoura, s/n, Santana, zona norte). A entrada custa R$ 5. (FELIPE NÓBREGA)


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